Trump assina ordem para 'combater terrorismo de esquerda'
Documento lista "anti-capitalismo", "anti-cristianismo" e "extremismo sobre imigração, raça e gênero" como indicações de "conduta violenta"
12:32 | Set. 28, 2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou, nessa quinta-feira, 25, o Memorando Presidencial de Segurança Nacional 7 (NSPM-7, na sigla em inglês). Stephen Miller, conselheiro de Segurança Interna de Trump, classificou o documento como "um esforço de todo o governo para combater o terrorismo de esquerda".
O NSPM-7 foi assinado poucos dias após Trump declarar o movimento anti-fascista, conhecido como "antifa", como "organização terrorista" — apesar de o movimento não ser composto por uma organização específica. O antifa é mencionado diversas vezes no memorando.
Leia mais
NSPM-7 menciona "conduta violenta" e "conspirações criminosas"
O documento também menciona "sinais comuns" de "conduta violenta", que embasariam a assinatura do memorando. São descritos, enquanto indicadores, comportamentos como "anti-americanismo", "anti-capitalismo" e "anti-cristianismo", além de "extremismo sobre imigração, raça e gênero" e "hostilidade direcionada àqueles que têm visões tradicionais americanas sobre família, religião e moralidade".
São listados, no NSPM-7, acontecimentos como protestos contra decisões de Trump e os ataques ao ativista de extrema-direita Charlie Kirk e ao CEO da empresa de planos de saúde UnitedHealthcare, Brian Thompson. Segundo o memorando, estas ações são evidências de "campanhas sofisticadas de intimidação direcionada, radicalização, ameaças e violência planejada".
Ainda de acordo com o documento, atos do tipo "não ocorrem de forma orgânica". Eles seriam, segundo Trump, planejados "para silenciar vozes dissidentes, limitar atividades políticas, alterar ou direcionar ações governamentais, e prevenir o funcionamento de uma sociedade democrática".
Leia mais
Memorando de Trump determina uso de agentes do FBI contra "terrorismo de esquerda"
O memorando determina a criação de uma "estratégia nacional para investigar e desmantelar redes, entidades e organizações que fomentam violência política". O objetivo, de acordo com o NSPM-7, é "que agentes da lei possam intervir em conspirações criminosas antes que resultem em atos políticos violentos".
A nova política será executada pelas forças-tarefa antiterrorismo já existentes no país, compostas por parcerias entre o FBI e polícias locais e estaduais. Atualmente, há cerca de 200 forças-tarefa do tipo nos Estados Unidos, envolvendo mais de 500 órgãos locais e estaduais e mais de 50 órgãos federais, totalizando cerca de 4.500 agentes. Com o uso de estruturas já existentes no aparato de segurança federal, o memorando evita que as ações planejadas precisem ser aprovadas pelo Congresso.
Leia mais
NSPM-7 prevê ações financeiras
Parte do trabalho, descreve o NSPM-7, envolve investigar "financiadores individuais e institucionais, e agentes e funcionários de organizações" que patrocinariam os supostos atos terroristas. Estas ações ocorreriam em conjunto com o Departamento do Tesouro (equivalente, no país, ao Ministério da Fazenda) e com a Receita Federal dos Estados Unidos.
Por fim, o documento determina que o combate ao terrorismo doméstico é uma "área de prioridade nacional". Com isso, há mais facilidade da liberação de recursos para execução das medidas anunciadas por Trump.