Novo papa já foi escolhido? Veja últimas notícias do conclave ao vivo do Vaticano

Novo papa já foi escolhido? Veja últimas notícias do conclave ao vivo do Vaticano

133 cardeais estavam isolados na Capela Sistina desde a última quarta-feira, 7. A fumaça branca anunciou a decisão

Atualizada às 15h05min 

Os 133 cardeais isolados na Capela Sistina chegaram a um consenso no conclave para decidiro sucessor de papa Francisco. No início da tarde desta quinta-feira, 8 de maio, os sinos ao redor do mundo tocaram e a fumaça branca saiu pela chaminé: um novo sumo pontífice foi eleito.

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Os participantes estavam reunidos a portas fechadas desde a quarta-feira, 7.

O novo papa se chamará Leão XIV, como foi anunciado pelo cardeal Dominique Manberti na sacada. O eleito foi o cardeal estadunidense Robert Francis Prevost, que será o novo líder da Igreja Católica. Saiba mais sobre o conclave o papa eleito a seguir.

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Conclave: os horários de votação e da fumaça

Os cardeais iniciaram o dia com a previsão quatro rodadas de votação: duas pela manhã e duas à tarde. A dinâmica nesta quinta-feira contou com a primeira votação do dia por volta das 5h30min (horário de Brasília).

Como um papa não foi eleito, a fumaça não foi emitida. Uma nova rodada aconteceu às 7 horas, com sinalização de fumaça preta devido à falta de definição.

A rotina segue no período da tarde. Às 12h30min, encerrou-se mais uma votação, com a fumaça liberada minutos depois informando a decisão.

A eleição de um papa ocorre em sessões fechadas, nas quais apenas cardeais com menos de 80 anos têm direito a voto.

Durante o processo, os participantes ficam isolados e sem comunicação com o mundo externo. Além disso, bloqueadores de sinal são instalados no lugar.

Cardeal Robert Francis Prevost é eleito e se chamará papa Leão XIV

O novo papa se chamará Leão XIV, como foi anunciado pelo cardeal Dominique Manberti na sacada. O eleito foi o cardeal estadunidense Robert Francis Prevost, que será o novo líder da Igreja Católica. 

O novo sumo pontífice apareceu na sacada com vista para a Praça São Pedro e acenou aos milhares de fiéis presentes. 

Em seu primeiro discurso, Leão XIV acenou para a paz mundial, com a citação de Jesus Cristo "a paz esteja convosco". Também falou em memória do papa Francisco, que faleceu em 21 de abril, e o agradeceu pelo seu pontificado.

Se apresentou como um "filho de Santo Agostinho" e finalizou rezando a oração da "Ave Maria". 

Prevost: quem é o cardeal dos EUA que será o papa Leão XIV

Por que o novo papa escolheu o nome Leão XIV?

A tradição é que o novo papa escolha um nome que homenageie outro pontífice. O último papa que utilizou o nome "Leão" foi em 1878, que abriu um diálogo da Igreja com o mundo moderno. 

Na tradição cristã, o animal é frequentemente associado à coragem, autoridade e proteção da fé. Também aparece como símbolo de São Marcos Evangelista e, em sentido mais amplo, representa o poder real e a vigilância espiritual.

Papa Leão XIV já criticou medidas de Donald Trump 

O recém-eleito papa Leão XIV já criticou a retórica anti-imigrantes de Donald Trump.

Em postagem na rede social X em 2015, o então Robert Prevost compartilhou em seu perfil um texto do portal The Washington Post escrito pelo cardeal Timothy Dolan, em que explica "por quê a retórica anti-imigrante de Donald é tão problemática". 

Já no segundo mandato do republicano, em fevereiro deste ano, Leão XIV compartilhou texto com o título "JD Vance estava errado: Jesus não nos pede para classificar nosso amor pelos outros", se referindo ao vice-presidente dos Estados Unidos. 

Fumaça branca ou preta: como são feitas?

As fumaças são geradas pela queima das cédulas eleitorais em um fogareiro especial na Capela Sistina.

Para evitar dúvidas, conforme revelado pelo Vaticano em 2013, a composição química das fumaças é diferente: a fumaça preta é feita com perclorato de potássio, antraceno (derivado do alcatrão, eficaz para produzir fuligem) e enxofre.

Já a fumaça branca é produzida com lactose, clorato de potássio e resina de pinho.

Além das cédulas eleitorais e das substâncias que trarão as cores simbólicas, desde 2005, o Vaticano utiliza um sistema eletrônico com cartuchos pirotécnicos para garantir a visibilidade da fumaça que sai da chaminé instalada na Capela Sistina.

Conclave: decisão era incerta?

Os dois últimos conclaves, que resultaram nas eleições de Bento XVI em 2005 e do primeiro papa Francisco em 2013, terminaram em apenas dois dias, com quatro e cinco rodadas de votação respectivamente.

Desta vez, a decisão dos cardeais, guiados segundo a tradição pelo Espírito Santo, parecia mais complicada. O pontificado de Jorge Mario Bergoglio gerou divisões consideráveis dentro da Igreja.

O argentino criou quase 80% dos cardeais eleitores. A maioria exigida é de 89 votos, que correspondem a dois terços dos sufrágios.

Os "bergoglistas", que defendem uma visão mais aberta da Igreja, e os conservadores precisam chegar a um acordo para a eleição do 267º pontífice.

Conclave: quais eram os principais candidatos?

Um total de 133 cardeais com menos de 80 anos votaram na eleição do novo sumo pontífice. Há diplomatas, homens do campo, teólogos e mediadores.

Segundo a AFP, dezesseis se destacam entre os "papabili", os papáveis.

Pietro Parolin (Itália), nº 2 do Vaticano, 70 anos

O experiente diplomata foi secretário de Estado — nº 2 do Vaticano — durante quase todo o pontificado de Francisco e é uma figura de destaque no cenário internacional.

Como membro do Conselho de Cardeais, desempenhou um papel fundamental na assinatura, em 2018, de um acordo histórico entre a Santa Sé e a China sobre a nomeação de bispos.

Luis Antonio Tagle (Filipinas), 67 anos

O ex-arcebispo de Manila é um figura moderada que não hesitou em criticar as falhas da Igreja católica, sobretudo em casos de pedofilia. Como Francisco, é um defensor dos pobres, migrantes e pessoas marginalizadas, a ponto de ser chamado de "Francisco asiático".

Este homem carismático de aparência jovial e sorriso fácil, apelidado de "Chito", foi criado cardeal por Bento XVI em 2012. Ele estava entre os "papáveis" no conclave de 2013.

Pierbattista Pizzaballa (Itália), patriarca latino de Jerusalém, 60 anos

Conhecedor do Oriente Médio, este franciscano e teólogo italiano fala hebraico e inglês e chegou em Jerusalém em 1999.Em setembro de 2023, tornou-se o primeiro patriarca de Jerusalém em exercício — a principal autoridade católica do Oriente — a ser criado cardeal.

Um mês depois, eclodiu a guerra entre o movimento islamista palestino Hamas e Israel. Seus repetidos apelos por paz o colocaram em destaque.

Matteo Maria Zuppi (Itália), arcebispo de Bolonha, 69 anos

Este discreto e experiente diplomata realiza missões de mediação política no exterior há mais de 30 anos. Membro da Comunidade Romana de Santo Egídio, braço diplomático não oficial da Santa Sé, foi mediador em Moçambique e enviado especial do papa Francisco para a paz na Ucrânia.

Com o rosto jovial e figura esguia, é muito popular na Itália por seu trabalho com os desfavorecidos. Além disso, defende o acolhimento de migrantes e a permanência dos fiéis homossexuais na Igreja.

Jean-Marc Aveline (França), arcebispo de Marselha, 66 anos

Aveline nasceu na Argélia em uma família de "pieds-noirs" — europeus, sobretudo franceses, que residiam na Argélia durante o período colonial — de origem andaluz e passou a maior parte da vida em Marselha.

Em 2013, tornou-se bispo auxiliar desta cidade portuária francesa, de onde defende o diálogo inter-religioso e os migrantes, dois pilares do pontificado de Francisco.

Eleito presidente da Conferência Episcopal Francesa no início de abril, ele foi o arquiteto da principal visita do papa sul-americano a Marselha em 2023.

Anders Arborelius (Suécia), bispo de Estocolmo, 75 anos

Este luterano sueco se converteu ao catolicismo em um país predominantemente protestante, mas também um dos mais seculares do mundo.

Primeiro bispo católico de nacionalidade sueca, foi criado cardeal por Francisco em 2017 e é membro de vários dicastérios.

Mario Grech (Malta), bispo de Gozo, 68 anos

O bispo de Gozo, a segunda maior ilha do arquipélago de Malta, desempenhou um papel fundamental durante o sínodo sobre o futuro da Igreja, convocado por Francisco.

Grech foi secretário-geral desta assembleia de bispos, que deliberou sobre temas cruciais, como o lugar das mulheres e os divorciados casarem-se novamente.

Péter Erdö (Hungria), arcebispo de Budapeste, 72 anos

Este rígido intelectual, que fala sete idiomas, é admirado por seus conhecimentos teológicos e sua abertura a outras religiões.

Fervoroso defensor do diálogo com os cristãos ortodoxos, também direciona atenção especial à comunidade judaica. Tem opiniões muito conservadoras sobre os casamentos de divorciados e casais homoafetivos.

José Tolentino de Mendonça (Portugal), 59 anos

Teólogo e poeta português, este prelado próximo ao mundo cultural é titular desde 2022 do dicastério (ministério) de Cultura e Educação do Vaticano.O

mais novo de uma família de cinco filhos, foi criado cardeal em 2019 pelo papa Francisco. Classificado entre os progressistas dentro da Igreja, suas posições sobre a acolhida dos homossexuais rendem a hostilidade de uma parte dos católicos conservadores.

Cristóbal López Romero (Espanha), arcebispo de Rabat, 72 anos

O cardeal espanhol, herdeiro espiritual de Francisco sobre os migrantes e o diálogo inter-religioso, é um símbolo das "periferias" admiradas pelo jesuíta argentino.

Nomeado arcebispo de Rabat em dezembro de 2017 por Francisco e criado cardeal em 2019, administra diariamente o diálogo com o islã em um país que tem uma comunidade católica minúscula.

Charles Maung Bo (Mianmar), arcebispo de Yangon, 76 anos

O presidente da Federação das Conferências Episcopais da Ásia foi nomeado cardeal em 2015, tornando-se o primeiro e único de Belarus.

O salesiano pediu diálogo e reconciliação em seu país, devastado por conflitos. Após o golpe de Estado militar em 2021, pediu aos manifestantes da oposição que não reproduzissem a violência.

Membro de uma minoria étnica, ele defendeu os rohingya, perseguidos de maioria muçulmana. Também se manifestou contra o tráfico de pessoas, que atrapalha a vida de muitos jovens em Belarus.

Malcolm Ranjith (Sri Lanka), arcebispo de Colombo, 77 anos

Este conhecedor das engrenagens da Igreja Católica é um poliglota superdotado, considerado um conservador próximo das posições do papa Bento XVI.

Nomeado núncio apostólico (embaixador) em 2004 por João Paulo II, foi criado cardeal em 2010 por Bento XVI. Ele não se pronunciou publicamente sobre os temas mais importantes da atualidade da Igreja, como as mulheres admitidas no papel de diácono ou a bênção dos casais.

Peter Turkson (Gana), 76 anos

Turkson, um dos cardeais africanos mais influentes, é frequentemente visto como o favorito para se tornar o primeiro papa negro da Igreja.

Nascido em uma família modesta de 10 filhos, fala seis idiomas e esteve no Fórum Econômico Mundial em Davos em várias ocasiões para alertar os líderes empresariais sobre os perigos da economia.

Fridolin Ambongo (República Democrática do Congo), 65 anos

O congolês Fridolin Ambongo, uma importante voz do movimento pacifista em seu país natal, marcado por décadas de violência, pode receber votos dos cardeais conservadores. Ele assinou uma carta em 2024 contra a autorização de Francisco à bênção de casais homoafetivos.

Arcebispo de Kinshasa desde 2018 e cardeal desde 2019, também é membro do "C9", o conselho de nove cardeais encarregado de aconselhar o papa sobre a reforma da Igreja. "A África é o futuro da Igreja, isso é óbvio", disse ele em uma entrevista em 2023.

Robert Sarah (Guiné), 79 anos

Figura de destaque entre os católicos tradicionalistas críticos de Francisco, este homem reservado é conhecido por suas posições muito conservadoras sobre imigração e homossexualidade.

Ele chamou de "heresia" o texto da Santa Sé que abriu o caminho, em 2023, para a bênção de casais homossexuais. Integrou o grupo de cinco cardeais conservadores que pediu publicamente ao papa Francisco para reafirmar a doutrina católica sobre os casais homossexuais e a ordenação de mulheres.

Robert Francis Prevost (Estados Unidos), 69 anos

Natural de Chicago, tornou-se prefeito do poderoso Dicastério para os Bispos, encarregado de nomear bispos em todo o mundo, em 2023.

Prevost foi missionário no Peru e, anos depois, foi nomeado arcebispo emérito de Chiclayo, no país andino. Ele também é o presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina.

Com informações de Caynã Marques. 

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