Leão XVI: entenda os números romanos nos nomes dos papas e como funcionam
A escolha de nomes pelos papas segue tradições seculares e inclui algarismos romanos, que indicam a posição histórica de cada pontífice; entenda
Quando um novo papa é eleito, uma das primeiras curiosidades entre fiéis e observadores do mundo inteiro envolve o nome escolhido e o número que o acompanha. Em 2025, o cardeal norte-americano Robert Prevost adotou o nome Leão XIV, retomando um título com forte carga histórica e simbólica.
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O uso de algarismos romanos nos nomes papais representa uma tradição consolidada ao longo dos séculos e está diretamente ligado à forma como a Igreja Católica organiza e preserva sua própria cronologia e legado.
Esse costume é resultado da repetição de nomes entre os pontífices ao longo da história. Ao adotar o mesmo nome de um precursor, o novo papa passa a ser identificado com um numeral romano, indicando sua posição naquela linhagem específica.
Cada numeral remete a uma época, a um estilo de governo e aos desafios enfrentados por aquele nome. Ao escolher um nome como Leão XIV, por exemplo, o papa se insere em uma narrativa iniciada com Leão I, o Grande, e atualiza esse legado à luz das questões contemporâneas.
Algarismos romanos e o papado: a origem da numeração
O primeiro papa a incluir um número em seu nome foi João II, eleito no ano 533 d.C. Seu nome de nascimento era Mercúrio, uma referência ao deus romano, considerada imprópria para um pontífice cristão.
Por esse motivo, ele decidiu adotar um novo nome ao assumir o cargo, escolhendo “João” em homenagem a um papa anterior. Como já havia existido um João I, ele tornou-se João II, introduzindo assim o uso de números romanos como parte oficial do nome papal.
Desde então, sempre que um novo pontífice escolhe um nome já utilizado, a numeração continua a partir do último papa com aquele mesmo nome. Esse método passou a integrar a tradição e a comunicação oficial do Vaticano.
Algarismos romanos e o papado: como funcionam os números romanos
O sistema numérico utilizado pelos papas foi criado na Roma Antiga e continua presente em diversos contextos cerimoniais e educacionais. Os algarismos romanos são representados por letras maiúsculas e seguem princípios de adição e subtração:
- I = 1
- V = 5
- X = 10
- L = 50
- C = 100
- D = 500
- M = 1000
A combinação dessas letras resulta em diferentes valores. Por exemplo, II representa 2 (1 + 1), IV representa 4 (5 - 1) e XIV representa 14 (10 + 5 - 1).
Esse sistema é amplamente ensinado nas escolas, geralmente nos primeiros anos do ensino fundamental, tanto em matemática quanto em história. Ele também aparece em monumentos, relógios, livros, filmes e eventos esportivos, como o Super Bowl.
Algarismos romanos e o papado: nomes mais escolhidos pelos papas
Alguns nomes se destacaram pela frequência com que foram adotados ao longo dos séculos. Essa escolha geralmente reflete a admiração por figuras importantes da história da Igreja, além de transmitir mensagens de continuidade, valores e posicionamentos teológicos. Os nomes mais utilizados foram:
- João – 23 papas
- Gregório – 16 papas
- Bento – 16 papas
- Clemente – 14 papas
- Leão – 14 papas
- Inocêncio – 13 papas
Cada nome carrega um simbolismo próprio e remete a contextos históricos específicos, como períodos de reforma, enfrentamento de heresias ou abertura ao mundo moderno.