Israel x Irã e Hezbollah: entenda os próximos passos do conflito que assusta o mundo
Irã atacou Israel diretamente pela primeira vez desde abril. O mundo acompanha de apreensiva a escalada no Oriente Médio
Pela primeira vez desde 2006, Israel invadiu o sul do Líbano em mais uma campanha contra o grupo extremista Hezbollah. A escalada já caminha para uma guerra total com potencial da participação de outros atores regionais, como o Irã, que financia o grupo.
Na manhã desta terça-feira, 1ª, o Irã lançou ataque com cerca de 200 mísseis balísticos a muitas localidades israelenses, tendo como alvo principalmente a cidade de Tel Aviv. O ataque foi interceptado pelas defesas aéreas israelenses e também dos Estados Unidos, seu maior aliado.
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Até o momento, não há notificação de mortos e feridos, no entanto, antes da tentativa de bombardeio, oito pessoas foram mortas nos arredores da capital israelense em um ataque a tiros.
A investida com mísseis aconteceu em retaliação às ações de Israel contra o Hezbollah, conforme disse o governo iraniano em comunicado. As autoridades do país também afirmaram que contra-ataques resultarão em "grande destruição" do país israelense.
"Se o regime sionista se atrever a responder ou cometer mais atos de malevolência, uma resposta subsequente e esmagadora se seguirá. Os estados regionais e os apoiadores dos sionistas são aconselhados a se separar do regime", afirmou a missão do Irã nas Nações Unidas nas redes sociais, nesta terça-feira.
Israel já disse que vai responder quando e como quiser. "O Irã e os seus representantes têm atacado Israel desde 7 de outubro em sete frentes. O Irã e os seus representantes procuram a destruição de Israel. As Forças de Defesa de Israel continuarão a fazer tudo o que for necessário para defender o estado de Israel e proteger o povo de Israel", disse o chefe das forças de defesa do país.
O primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, também falou sobre o ataque e afirmou que o Irã "cometeu um grave erro esta noite e pagará por isso". "Quem nos ataca, nós atacamos", completou.
Entenda o início da tensão entre os dois países
O início da tensão entre a nação israelense e iraniana começou com a explosão de pagers e walkie-talkies de membros do Hezbollah, em Beirute e no sul do Líbano, em 17 e 18 de setembro. Os ataques foram atribuídos a Tev-Aviv, que não se pronunciou, e deixou 37 mortos, além de mais de três mil feridos. O grupo radical jurou vingança após os eventos.
Em menos de uma semana, em 27 de setembro, Israel realizou operações que matou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e o líder do Hamas no Líbano, Fateh Sherif Abu el-Amin. As atitudes do país levantaram a possibilidade de qual seria a resposta do Irã, que financia os grupos extremistas, os quais chama de “eixo da resistência”.
Logo depois a ataques aéreos contra Beirute e o sul do Líbano, o Estado judeu invadiu o sul do país vizinho, informando que seu exército estava iniciando uma incursão terrestre limitada, tendo como alvo o Hezbollah.
O ataque iraniano pode mudar o patamar do conflito, uma vez que a reação dos Estados Unidos já não é a mesma do ataque realizado em abril, quando o Irã lançou ataques ao país israelense em resposta ao ataque do seu consulado em Damasco, na Síria, apesar das forças de Tev-Alviv não terem assumido a autoria.
Na época, os Estados Unidos pediram que Israel não respondesse de forma severa o ataque iraniano.
Resta saber qual será a resposta de Israel, o apoio dos Estados Unidos na defesa do seu aliado, e se o Irã está disposto a enfrentar uma guerra total contra o estado hebreu e a América.
Governo Lula já autorizou repatriação de brasileiros
Devido as tensões no Líbano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou nesta segunda-feira, 30, a operação de repatriação de brasileiros no país. Cerca de 240 pessoas devem voltar ao Brasil no primeiro voo, até o fim de semana.
O Itamaraty e o Ministério da Defesa serão os responsáveis pela coordenação da operação. A Força Aérea Brasileira prevê decolagem do aeroporto de Beirute. Serão priorizadas idosos, mulheres, grávidas, crianças e pessoas doentes.