Volkswagen considera fechar fábricas e demitir na Alemanha

Empresa automobilística alemã afirma que não pode descartar fechamentos e demissões em meio a desafios na economia e transição difícil para carros elétricos; representantes dos trabalhadores prometem lutar contra.
Autor DW Tipo Notícia

A Volkswagen, gigante automobilística alemã, considera fechar fábricas na Alemanha pela primeira vez em 87 anos de história. A montadora informou nesta segunda-feira (02/09) ao conselho que representa os funcionários que estuda fechar pelo menos uma fábrica de veículos maiores e uma fábrica de componentes, com o objetivo de cortar bilhões em gastos.

O CEO da empresa, Oliver Blume, justificou que "a indústria automobilística europeia encontra-se atualmente em uma posição desafiadora e séria", e que não pode descartar o fechamento de unidades e demissões. "O ambiente econômico piorou e novos concorrentes estão se aproximando da Europa. A Alemanha está ficando para trás como um local competitivo. Como empresa, temos que agir."

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Parte da dificuldade da empresa, assim como de outras montadoras tradicionais, está em transicionar dos modelos de carro movidos a combustíveis fósseis – lucrativos porém poluentes – para veículos elétricos, mais limpos, porém ainda menos lucrativos. As montadoras europeias e norte-americanas também estão sob crescente pressão de fabricantes chineses de veículos elétricos, que têm custos mais baixos e margens de lucro mais altas.

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Plano de economia

A marca principal da empresa anunciou em 2023 que precisava fazer cortes da ordem de 10 bilhões de euros (cerca de R$ 62 bilhões) em custos de produção. Oliver Blume afirmou que pretende cortar 4 bilhões de euros (R$ 24,9 bilhões) a mais do que o planejado originalmente em um amplo plano de economia.

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A diretoria da empresa alega que a estratégia atual de oferecer contratos reduzidos e pacotes de indenização aos funcionários que estão prestes a se aposentar não era mais suficiente para atingir as metas da empresa e anunciou que estava encerrando um programa de segurança no emprego que estava em vigor desde 1994.

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Enquanto isso, a presidente do conselho dos trabalhadores, Daniela Cavallo, prometeu resistir aos planos, que ela classificou como "um ataque ao nosso emprego, às nossas fábricas e aos nossos contratos". Citada pela agência de notícias alemã DPA, ela disse: "O próprio futuro da [marca] Volkswagen, o coração da empresa, está em questão, e nós resistiremos amargamente. Comigo não haverá planos de fechamento na Volkswagen!"

O sindicato IG Metall classificou o anúncio como uma decisão irresponsável que "abala os alicerces" da empresa, que é a maior empregadora industrial da Alemanha e a maior montadora da Europa em termos de receita. Mas o líder da marca Volkswagen, Thomas Schäfer, disse: "O vento contrário ficou mais forte. Portanto, temos que nos esforçar ainda mais para criar as condições para o sucesso em longo prazo."

A Volkswagen emprega cerca de 300 mil pessoas na Alemanha — pouco menos da metade do total em todo o mundo.

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