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Segundo dia de greve da Iberia leva ao cancelamento de 230 voos

16:52 | 05/03/2013

MADRI, 05 Mar 2013 (AFP) - O segundo dia de greve dos trabalhadores da companhia aérea espanhola Iberia contra um plano de reestruturação da companhia, que prevê quase 4.000 demissões, levou ao cancelamento nesta terça-feira de 230 voos, informaram as companhias aéreas afetadas.

A Iberia cancelou 76 voos, 40% de sua atividade programada para esta terça-feira, segundo dia da nova semana de protestos convocada pelos sindicatos da Iberia até a próxima sexta-feira, após uma primeira série de paralisações realizada entre 18 e 22 de fevereiro.

Outras três empresas que operam ou compartilham serviços com a Iberia, Air Nostrum, Iberia Express e Vueling também tiveram que suspender 89, 22 e 52 voos, respectivamente.

Os passageiros afetados foram realocados em outros voos ou receberam o dinheiro de

volta, como tinha acontecido na outra semana de paralisações, confirmou uma porta-voz da Iberia, que destacou que os serviços mínimos estão sendo cumpridos.

A companhia aérea espanhola perdeu 3 milhões de euros por dia de greve na semana anterior de greve, mas ainda não tem dados da atual, acrescentou um porta-voz da empresa.

Os trabalhadores da companhia aérea foram convocados a uma greve de três semanas, de 18 a 22 de fevereiro, de 4 a 8 de março e de 18 a 22 de março para protestar contra a supressão de 3.800 postos de trabalho anunciados pelo grupo em um plano de ajuste.

Este plano de reestruturação apresentado pela IAG, o consórcio nascido da fusão da Iberia com a britânica British Airways, prevê também uma redução de 15% de sua capacidade a partir deste ano.

Os sindicatos buscam o desmantelamento da Iberia a favor da British Airways (BA).

"Foi feita uma fusão lesiva para a Espanha e a Iberia, atingida pelo déficit estrutural gravíssimo que a BA tem com seus fundos de pensões, mais de 6 bilhões de euros", disse Justo Peral, chefe da seção da Iberia do sindicato de pilotos Sepla, a televisão pública espanhola.

"Através de demissões e fechamento da Iberia (...) estamos pagando esse déficit estrutural de financiamento que a BA tem, tanto para pagar suas pensões como para enfrentar um grande plano que anunciou de crescimento e de renovação da frota as custas de não faze-lo na Iberia", acrescentou Peral.

O governo espanhol nomeou um mediador para tentar chegar a um acordo entre trabalhadores e a empresa, apesar dos sindicatos estarem céticos em relação a se a empresa aceitará as suas propostas, depois de rejeitar duas mediações anteriores, segundo Peral.

O responsável sindical também mostrou sua preocupação pelas declarações do conselheiro delegado de IAG, Willie Walsh, deixando prever que as demissões continuarão, após apresentar na quinta-feira os resultados anuais da IAG, que foram baseados nos maus resultados da Iberia.

"Após três meses de negociação entre Iberia e os sindicatos, não houve nenhum acordo sobre o plano de ajuste inicial", afirmou Walsh, antes de afirmar que "por isso, começaremos a aplicar a redução de 15% da atividade da Iberia e a formalizar o processo de demissão coletiva que afetará 3.807 postos de trabalho".

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