MPCE pede júri popular para acusados de matar advogado em Fortaleza
Entre os quatro réus denunciados pelo crime está um advogado suspeito de integrar facção criminosa. A vítima foi morta em emboscada no bairro Genibaú
O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) requereu à Justiça que os quatro acusados pelo assassinato do advogado criminalista e conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), Silvio Vieira da Silva, de 54 anos, sejam submetidos a júri popular.
Segundo o MPCE, o pedido foi formalizado na última sexta-feira, 19, após a conclusão da fase de instrução processual que, segundo o órgão ministerial, reuniu provas suficientes da autoria e materialidade do crime.
O crime ocorreu no dia 5 de maio deste ano, no bairro Genibaú, em Fortaleza. Segundo as investigações conduzidas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e corroboradas pela denúncia do MPCE, Silvio Vieira foi vítima de uma emboscada planejada.
Advogado foi atraído para receber honorários advocatícios
O advogado foi atraído ao local sob o falso pretexto de receber honorários advocatícios no valor de R$ 4 mil. Ao chegar ao ponto de encontro, o veículo foi interceptado por homens armados que dispararam contra a vítima. Silvio morreu no local do crime.
Entre os quatro denunciados pelo MPCE está Lucas Rolim, também advogado, apontado pelas investigações como integrante de uma facção criminosa com atuação nacional e peça-chave na articulação do crime.
Os réus responderão por homicídio quadruplamente qualificado, em razão de motivo torpe, meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, emprego de arma de uso restrito e organização criminosa armada.
A motivação do assassinato, conforme apurado, estaria ligada a uma vingança. A denúncia aponta que o crime foi uma retaliação relacionada à atuação profissional da vítima.
O processo tramita em segredo de justiça para garantir a integridade das testemunhas e o sigilo de dados sensíveis. Com o início do recesso forense, a decisão da Justiça sobre a pronúncia dos réus, se eles irão ou não a júri popular, deve ser proferida a partir de janeiro de 2026.