Caso Clarissa: defesa do réu busca laudo de insanidade mental
Família de Clarissa Costa Gomes critica defesa. Próxima audiência de instrução está marcada para 28 de novembro, às 9h30min, no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza
20:29 | Nov. 01, 2025
O réu Matheus Anthony Lima, 26, acusado de esfaquear e assassinar a enfermeira Clarissa Costa Gomes, 31, teve avaliação de insanidade mental solicitada pela defesa. Segundo o advogado Euclides Augusto Paulino Maia, à época do crime, ele sofria de epilepsia, condição que era de conhecimento da família da vítima.
Laudo pode resultar em inimputabilidade ou semi-imputabilidade penal.
Matheus permanece preso preventivamente, mas a defesa solicita que ele responda ao processo em liberdade até a conclusão da avaliação psiquiátrica
Na próxima audiência de instrução, marcada para 28 de novembro, às 9h30min, no Fórum Clóvis Beviláqua (FCB), em Fortaleza, serão ouvidos o próprio réu e outras testemunhas.
Na sessão anterior realizada na quarta-feira, 29 de outubro, a mãe da vítima, Áurea Costa Gomes, prestou depoimento por mais de duas horas. Uma vizinha também relatou ter ouvido gritos de socorro no momento do crime, ocorrido em 9 de julho.
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Família afirma que crime foi calculado
O advogado da família, Waldir Xavier, destacou que a sessão foi longa devido à análise de vídeos e imagens apresentados pela acusação, utilizados para embasar os questionamentos às testemunhas. Segundo ele, a família segue profundamente abalada com o crime.
“Houve uma covardia, um ato brutal que não permitiu nenhum tipo de defesa para a vítima. Clarice, uma menina maravilhosa, respeitada, admirada por todos, uma moça de fino trato, uma moça doce nas relações, que a todos cativava pela sua educação", definiu.
Família segue confiante na Justiça.
A Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) concluiu que a jovem morreu em decorrência de hemorragia interna e externa provocada por ferimentos causados por instrumento perfurocortante de gume único. O laudo aponta que ela foi esfaqueada mais de 30 vezes.
Segundo a também advogada Nathalie Costa Capistrano, prima de Clarissa, o compromisso é seguir firme.
Ela conta que, após o feminicídio, os familiares criaram uma página nas redes sociais (@justica_por_clarissa) como forma de manter viva a lembrança em um espaço de afeto, homenagem e resistência.
"É pela Clarissa, pela memória dela e por todas as mulheres que não podem mais falar por si", afirmou. Para a prima, o assassinato foi cometido de forma cruel, consciente e intencional, não havendo justificativa.
Ele afirmou que, depois do crime, o acusado ainda tomou banho, se limpou, trancou a porta e fugiu, raciocinando cada passo que deu.
Crime de feminicídio tem pena prevista entre 20 a 40 anos.