Reforma Agrária: MST ocupa sede do Incra em Fortaleza nesta terça-feira, 22

O protesto cobra políticas públicas sobre aquisição, desapropriação, vistorias, habitações, fomentos produtivos e outras reivindicações que atendam aos trabalhadores rurais

12:50 | Jul. 22, 2025

Por: Kaio Pimentel
Cerca de 500 pessoas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) protestam na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Fortaleza, na manhã desta terça-feira, 22 (foto: Reprodução/ MST )

A solução da situação do acampamento Zé Maria do Tomé, em Limoeiro do Norte, distante 198 quilômetros de Fortaleza, é uma das pautas da ocupação de integrantes Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na Capital, no bairro Bela Vista, na manhã desta terça-feira, 22.

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Além disso, cobram a aquisição das fazendas Caraúbas (Santa Quitéria), Sabiá e São Pedro (Tamboril) e a desapropriação da área do Teotônio (Madalena). A questão da terra amplia para a solicitação de vistoria dos territórios Cinco Lagoas (Jaguaretama), Junco (Quixadá), Chapéu (Quixeramobim), Currais Novos (Boa Viagem), Campo Grande (Sobral) e na usina Manuel Costa Barros (Jardim).

A ação do MST integra a Semana Camponesa, realizada em todo o País, em alusão ao Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural, celebrado em 25 de julho. Segundo os organizadores, cerca de 500 pessoas estariam participando da manifestação. Eles estão na parte externa e interna do órgão.

Com o lema "Para o Brasil alimentar, Reforma Agrária Popular!", a mobilização busca garantir a soberania alimentar, ao enfrentar a fome e a miséria, seguindo até sexta-feira, 25.

Os participantes também exigem o reconhecimento do Incra aos assentamentos de reforma agrária desapropriados. A reivindicação também passa pelo desejo de reforma em 2 mil habitações, construção de 400 casas e crédito para implantação de 500 fomentos produtivos (17 mil famílias), incluindo o Fomento Mulher (11 mil famílias). Assim, visam melhorar os assentamentos de reforma agrária.

O POVO entrou em contato com o Incra. A assessoria do órgão informou que, no início da tarde desta terça-feira, 22, se reuniria com a coordenação do movimento em Fortaleza. Após a reunião deverá se posicionar sobre a ocupação e sobre as reivindicações. A matéria será atualizada tão logo haja a resposta do órgão federal.

Protesto faz parte da Semana Camponesa, que deve acontecer em 24 Estados

A Semana Camponesa, programada em 24 Estados, tem como objetivo denunciar as políticas do Congresso Nacional, como a pauta do licenciamento ambiental. De acordo com a Associação Brasileira de Reforma Agrária, "no orçamento deste ano, o Governo (Federal) dispõe de R$ 406 milhões para aquisição e desapropriações de terras”, valor dito como "insuficiente" pela entidade. 

"Viemos reivindicar nossos direitos e cobrar incentivos que nos permitam continuar produzindo. Sem apoio ao campo, a produção fica comprometida e a situação das famílias piora ainda mais", afirma Pedro Braga, do assentamento Juá, em Santa Quitéria.

A ocupação da sede do Incra, segundo o dirigente do MST, é uma forma legítima e necessária de pressionar o Poder em assegurar o direito à terra.

"A luta por terra, crédito para produção, assistência técnica, educação do campo, políticas públicas que fortaleçam a agricultura familiar e preservem o meio ambiente é fundamental. Também reivindicamos o aumento do orçamento para programas de fomento à produção de alimentos", defende Gene Santos, da Direção Nacional do MST Ceará.

Atualizada às 14h30min