Uso da musicoterapia no tratamento do autismo é discutido em fórum

Ceará conta com sete instituições que ofertam a musicoterapia voltada para pessoas com transtorno do espectro autista (TEA). Veja lista

Fortaleza sediou neste fim de semana, o IV Fórum de Brasileiro de Musicoterapia e Autismo. O evento tem como objetivo promover o aprendizado e discussão sobre a prática terapêutica abrangendo musicoterapeutas, estudantes, profissionais de várias áreas, pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) e seus cuidadores.

O fórum envolve cerca de 180 participantes — de forma online e presencial — de todo o Brasil. As atividades foram no Hotel Meridional, no Centro de Fortaleza, com realização do projeto GAV Unindo Fronteiras.

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Conduzida por um profissional qualificado, a musicoterapia utiliza a música para fins terapêuticos, conforme argumenta Gustavo Gattino, doutor em musicoterapia e professor na Universidade de Aalborg, na Dinamarca. Ele é um dos organizadores do evento.

“No contexto do autismo, ela auxilia na expressão vocal e promove o bem-estar. Além disso, facilita processos de desenvolvimento de habilidades sociais, comunicação e regulação emocional, incluindo autorregulação. Principalmente, busca auxiliar na autonomia do indivíduo por meio de experiências musicais“, comenta. Entre as atividades realizadas estão a estimulação do cantar, tocar, compor e ouvir.

No Brasil, a técnica terapêutica da musicoterapia é acessível por iniciativas privadas e também é disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Vale destacar que, no dia 12 de abril, foi sancionada a Lei 14.842/24, que torna obrigatório o diploma de graduação ou pós-graduação em musicoterapia para a prática da atividade. Os profissionais que comprovarem que já exerciam a atividade por pelo menos cinco anos antes da lei, também poderão atuar como musicoterapeuta, mesmo sem o diploma.

Segundo o musicoterapeuta Bruno Verga, a nível local e nacional, o acesso a técnica terapêutica de forma gratuita ainda é um desafio enfrentado por diversos pacientes. "Existe fila de espera, essa é a nossa realidade, pois todos os dias dezenas até centenas de crianças são diagnosticadas com TEA no Brasil inteiro e não são encontradas instituições públicas que ofereçam essa abordagem em quantidade suficiente”, aponta.

O especialista ainda ressalta que a prática no país ainda se concentra, de modo geral, no público infantil. “Mas as crianças crescem e se tornam adolescentes e adultos. Mas onde está o suporte para eles? São questões que precisamos discutir muito mais através de políticas públicas", conclui.

Outros dois novos eventos sobre a prática da Musicoterapia voltada como tratamento para casos de autismo devem ser realizados ainda neste ano: em novembro em Belém, no Pará; e em Natal, no Rio Grande do Norte, previsto para o segundo semestre.

No Ceará, há sete pontos voltados para a aplicação gratuita de musicoterapia:

  • Centro Especializado em Reabilitação - Maracanaú
  • Unidade Especializada para Pessoa com Autismo (UEPA) - Eusébio (Sede)
  • Unidade Especializada para Pessoa com Autismo (UEPA) - Eusébio (Mangabeira - em construção)
  • Recanto Psicopedagógico - Fortaleza
  • Clínica Conecta no Instituto da Primeira Infância (IPREDE) - Fortaleza
  • Centro Especializado em Reabilitação - Barbalha
  • Núcleo de Tratamento e Estimulação Precoce - Fortaleza

 

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