Com 39,9 °C, Jaguaribe teve a maior temperatura do CE no 1º trimestre

Estado tem registrado altas temperaturas e elevados índices de umidades nos primeiros meses deste ano; combinação pode contribuir para sensação de calor

O município de Jaguaribe, a 293 quilômetros (km) de Fortaleza, registrou a maior temperatura do Ceará no período entre janeiro e março deste ano. Segundo informações do Portal de Coleta de Dados (PCD), da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a cidade atingiu 39,9 °C no dia 6 fevereiro, recorde do ano até o momento.

Além de Jaguaribe, outros municípios registraram altas temperaturas no dia 4 de fevereiro, como Barro e Amontada, com 39,3 °C e 39,4 °C, respectivamente, naquele dia. Durante o período, os índices mais elevados ocorreram nos dois primeiros meses, com valores acima dos 39° C.

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Em março, o cenário apresentou uma leve redução de temperatura, com os termômetros atingindo até 37,4 °C no último dia 28 na cidade de Barro. A tendência tem se repetido no começo de abril, quando o maior valor apontado foi de 36,4 °C, na cidade de Missão Velha, durante a última terça-feira, 2.

Além dos índices elevados de temperatura, outro fator que tem corroborado para a acentuada sensação de calor no Ceará é a umidade relativa do ar. Em alta durante o início deste ano, o fenômeno pode propiciar o acúmulo de suor sobre o corpo e dificultar a liberação de calor.

“Quando o corpo aquece ele transpira a uma taxa maior, e o resfriamento causado pela evaporação da transpiração irá contribuir para diminuir a temperatura interna do corpo. Se a umidade e a temperatura são altas, a transpiração aumenta, mas a taxa de evaporação diminui, acumulando-se sobre o corpo, diminuindo a capacidade do corpo humano se resfriar. Assim, a temperatura interna do corpo humano aumenta, e também aumenta o desconforto térmico”, explica o meteorologista da Funceme, Lucas Fumagalli.

Desde o início do ano, diversas regiões do Estado têm registrado índices de umidade acima de 90%. Ainda segundo dados do PCD, Fortaleza foi a primeira cidade a atingir 100% do valor, nos dias 15, 17, 24 e 26 do último mês de março.

Lucas também explica que a alta na umidade é comum para os períodos de chuva no Ceará, principalmente durante a noite, quando a temperatura é mais amena. Segundo o profissional, a atuação da Zona de Convergência Intertropical também é um fator decisivo para os altos índices.

“No Ceará, o período da quadra chuvosa é caracterizado pela presença da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), sistema que contribui para que as massas de ar quentes e úmidas provenientes do oceano Atlântico Equatorial adentrem com mais facilidade o Ceará, fazendo com que os valores de umidade aumentam em todas as regiões do Estado. Além disso, a ZCIT contribui para formar nuvens de chuva, o que dificulta a incidência da radiação solar na superfície, fazendo com que a umidade mantenha-se mais elevada”, acrescenta.

Alta e baixa umidade: quais os riscos para a saúde?

Apesar dos altos índices, principalmente próximo ao litoral durante a noite, algumas cidades cearenses ainda registram baixas umidades neste ano. Este é o caso de Morada Nova, que no último dia 28 de janeiro teve a taxa mínima de 27,1%.

Apesar de ser mais comum no segundo semestre, o cenário de baixa umidade pode ocorrer no Ceará mesmo durante a quadra chuvosa, caso algum município fique seguidos dias sem precipitações, conforme explica Lucas.

Nesses casos, autoridades como o Ministério da Saúde (MS) alertam para os riscos aos quais o corpo humano é exposto, como aumento de doenças respiratórias, problemas na pele e sangramento nasal. Em dias como o citado, é recomendável suspender exercícios físicos ao ar livre nos períodos mais quentes do dia, umidificar o ambiente; permanecer em locais protegidos do sol e consumir muita água.

No entanto, os dias secos não são os únicos que podem ser prejudiciais à saúde. Climas muito úmidos, acompanhados de altas temperaturas, como tem sido visto em Fortaleza, podem trazer complicações para pessoas que já têm quadros de saúde delicados.

“Em pessoas com algumas comorbidades, pode acarretar complicações mais sérias para a saúde. Dentre as complicações, podem-se destacar insolação, cãibras musculares, exaustão pelo calor, fadiga, queda de pressão e confusão”, conclui Lucas.

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