Homem que fez filho refém na Vila Velha disse que ficou de "cabeça cheia" após discussão

Ele ainda atirou na nuca da companheira, que foi encaminhada em estado grave ao IJF

O homem que atirou contra a companheira e fez o próprio filho de um ano refém disse que praticou o ato após uma discussão que teve com a mulher. O caso ocorreu na noite de domingo, 25, dentro de uma farmácia no bairro Vila Velha, em Fortaleza.

De acordo com o que afirmou em depoimento à Polícia Civil, ele disse ter ficado com a “cabeça cheia”, mas que não sabia dizer o que motivou o crime, não podendo afirmar “com precisão o que aconteceu”. Ele ainda disse ter praticado o crime “no impulso”.

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Conforme contou no depoimento, obtido por O POVO, ele e a companheira têm um relacionamento há cerca de oito anos, marcado por “brigas” e “agressões mútuas”. No dia do crime, o casal havia ido à praia, onde ingeriram bebidas alcoólicas. O homem disse que a companheira iniciou uma discussão e, durante a briga, deu um murro no rosto dele.

Ele disse não ter revidado e foi embora da praia a pé. Em casa, a discussão continuou. Foi quando ele disse ter ficado de “cabeça cheia” e pegou a arma de fogo que havia comprado há seis meses para “defesa pessoal”, já que é comerciante.

A companheira, então, saiu de casa com o filho do casal no braço e o homem a perseguiu. Foi quando a vítima entrava na farmácia que ele atirou contra ela, atingindo-a na nuca. Uma testemunha afirmou em depoimento que a mulher entrou gritando no estabelecimento com uma criança no colo e o homem a perseguia com a arma em punho.

Havia cerca de oito ou nove pessoas dentro da farmácia, relatou a testemunha. Eles correram para um compartimento nos fundos do estabelecimento para se proteger. A testemunha disse que, quando entrou no compartimento, ouviu mais três tiros. Eles conseguiram deixar a farmácia através de uma saída lateral.

Toda a ocorrência durou cerca de uma hora e meia. Conforme um dos policiais militares que atenderam à ocorrência, o homem “dava fortes indícios comportamentais que a qualquer momento poderia fazer o uso da arma de fogo contra a criança”. Ele chegou a solicitar a presença de um pastor ou padre no local.

Foi por ele não apresentar "desescalonamento comportamental" com a negociação e continuar “hipervigilante” que o atirador de precisão ("sniper") do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) efetuou o disparo. O tiro atingiu a mão do autor do crime, fazendo com que ele soltasse a arma e permitindo o ingresso dos demais PMs na farmácia.

Em depoimento, o homem disse que ficou com seu filho no braço porque queria se “despedir” dele. Ele disse que chegou a apertar quatro vezes o gatilho da arma para auto-lesionar-se, mas o revólver falhou.

O homem foi autuado em flagrante por tentativa de feminicídio e violência doméstica. Audiência de custódia realizada nesta terça-feira, 27, decretou a prisão preventiva dele.

“CONVERTO a prisão em flagrante em PRISÃO PREVENTIVA, como forma de garantir a ordem pública, vez que o acusado premeditadamente e utilizando de um revólver atirou na cabeça da vítima, tendo como motivo a futilidade de uma discussão banal entre casais”, afirmou na decisão o juiz Fabiano Damasceno Maia.

Ainda não há informações sobre o estado de saúde da mulher baleada, que foi encaminhada em estado grave ao Instituto Dr. José Frota (IJF). O POVO não divulga o nome do preso para evitar a identificação das vítimas.

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Segurança Pública Ceará bebê refém farmácia Vila Velha Violência doméstica Ceará Tentativa feminicídio Fortaleza

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