Hospital tem arraiá para crianças pacientes do Centro de Oncologia Pediátrica

O momento junino contou com a presença de cães do "sexteto de quatro patas"

Pacientes, familiares e funcionários do Hospital Luís França, que atende o público infantil em Fortaleza, realizaram um arraiá para as crianças do Centro de Oncologia Pediátrica na manhã desta sexta-feira, 23 de junho. No dia, não aconteceram tratamentos quimioterápicos.

A unidade costuma celebrar as datas comemorativas, como São João, Carnaval e Natal, com festas voltadas para as crianças, famílias e funcionários. Devido às condições de saúde, não é recomendado aos pacientes ir a locais que têm grande lotação ou aos quais não costumam ir rotineiramente.

Eles passam muito tempo no hospital, e o ambiente acaba se tornando familiar. “Eles têm amizade, os pais se tornam amigos, as crianças se tornam amigos, então eles dançam juntos, brincam”, conta a gestora administrativa da unidade, Ana Cristine Matos.

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O São João teve a participação do "sexteto de quatro patas", grupo de cães que visita quinzenalmente o Hospital Luís França há mais de um ano. Para as visitas, que são aprovadas pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, os animais precisam estar devidamente vacinados e serem banhados no dia anterior.

O sexteto é atualmente composto por dez animais adotados, os quais três – Jolie, Chloe e Sophie, vestidas em trajes juninos – visitaram o hospital nesta sexta-feira e foram acolhidos por abraços das crianças e dos adultos.

A tutora dos animais, Luciana Athayde, conta que o projeto surgiu na pandemia para visitar instituições “levando a alegria dos cães para as crianças”.

Ela conta que, no início, a prioridade eram as crianças, pela afinidade com os animais, mas o projeto traz acalento para todos, inclusive os médicos e funcionários. Dentro do hospital, ela tem o acompanhamento de um profissional que orienta as visitas.

“Aqui nós temos Bené, que é geralmente quem me acompanha, que é o psicólogo, porque tem criança que tem medo, então eu preciso saber o perfil da criança, não posso chegar perto, tem que ir devagar. Tem uns dois ou três aqui que tinham medo das cachorras, hoje em dia eles agarram todas”, conta Luciana.

Além do Hospital Luís França, o "sexteto de quatro patas" também visita outras instituições de saúde. Os cães são modelos e fazem outros eventos. Neste sábado, 24, eles vão participar da festa de aniversário de um paciente, também do hospital, que já terminou o tratamento mas pediu a presença dos animais.

Iniciativas têm objetivo de reduzir o impacto psicológico da hospitalização

O psicólogo Benevides Silva, que atua na unidade, diz perceber que esses momentos de festa fazem a diferença não só para os pacientes, mas também para os familiares e para a equipe. Ele conta também que as crianças perguntam, ansiosas, quando os animais virão ao local.

Ele explica que a própria hospitalização, o fato de a criança ter que ficar dentro do hospital e sair da rotina que tinha antes pode trazer impactos. Segundo o psicólogo, o paciente pode ficar mais entristecido e deprimido, e a situação pode também acarretar ansiedade.

“A gente percebe uma melhora do humor do paciente. Eu sempre costumo falar de um impacto que a gente teve aqui, que eu nunca esqueço. É um paciente que já estava há mais de uma semana sem querer fazer fisioterapia, sem querer andar, e com a visita do pet ele se levantou da cama, veio até a sala de quimioterapia e foi muito emocionante para todo mundo da equipe, principalmente para a mãe dele”, lembra o profissional.

Festa junina também comemora aniversário de paciente

Nesta sexta-feira, 23, além de celebrarem o São João, os pacientes, acompanhantes e equipe do hospital também comemoraram o aniversário de 8 anos de Marcos Antônio, que faz tratamento para leucemia na unidade.

 “Eu fico muito orgulhosa e muito feliz porque, quando a gente começa um tratamento, é muito doloroso. Tudo isso é um choque muito grande, então todos aqui, graças a Deus, sempre estão nos fortalecendo, sempre conversando. A gente nunca teve aquela queda, nunca”, relata Clésia Lopes, mãe de Marcos.

A paraense conta que, após se mudar para Fortaleza, conseguiu fazer muitas amizades no local, especialmente com outras mães, e que sempre teve apoio, mesmo quando passou três meses com o filho na unidade.

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