Viaduto do Antônio Bezerra: barreiras são instaladas para prevenir acidentes

A obra realizada pela Seinf, que foi iniciada em abril de 2023, deve colocar 433 metros de barreiras físicas no local até julho deste ano

Obra em Fortaleza para instalação de 433 metros de barreiras físicas no viaduto do bairro Antônio Bezerra, na rua Coronel Matos Dourado, sob a avenida Mister Hull, teve início em abril deste ano. A colocação da estrutura tem como objetivo prevenir quedas e tentativas de suicídio no local.

A obra, executada pela Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf), tem um investimento de R$ 595 mil e deve ser concluída em junho deste ano. Não estão previstos bloqueios no trânsito durante o período de obras.

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Além do viaduto da rua Coronel Matos, barreiras também já foram anteriormente instaladas no viaduto da rua Nereu Ramos.

“É uma experiência que a gente está fazendo e, dando certo, sendo positiva, a gente pode expandir para outros locais da Cidade”, afirmou o secretário de Infraestrutura de Fortaleza, Samuel Dias em entrevista à rádio O POVO CBN nessa quarta-feira, 3. Segundo o secretário, o local era um ponto preferencial para essas ocorrências.

O projeto para instalação das barreiras físicas surgiu durante reunião entre a Seinf, o Corpo de Bombeiros (CBMCE) e o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), em 2021, sob recomendação do programa "Vidas Preservadas", coordenado pelo MPCE desde 2018.

“A gente entende que essas barreiras de proteção, na medida que dificultam as quedas, podem ser mecanismos importantes na prevenção ao suicídio, principalmente naquelas pessoas em que está imperando um comportamento de ambivalência e de impulsividade. Ter essas barreiras, essas dificuldades, já impede a prática do ato, já permite que a pessoa raciocine melhor, pense mais e desista”, explica a promotora de justiça Ana Karine Leopércio.

Segundo a promotora, o MPCE solicitou à Prefeitura de Fortaleza que fosse feita uma avaliação dos pontos estratégicos e alocados orçamentos para realização de mais obras como essa.

Viaduto do Antônio Bezerra: barreiras contribuem para prevenção ao suicídio

Além da colocação das barreiras, o Centro de Valorização da Vida (CVV), em parceria com o programa Vidas Preservadas, deve instalar no local placas com mensagens de acolhimento e o contato disponibilizado pela instituição para apoio aos que precisam conversar. É possível acionar o serviço pelo número 188. As ligações são sigilosas e acontecem 24 horas.

“A ideia principal é criar redes de proteção mesmo, barreiras que venham a inibir as ações, as tentativas de suicídio”, explica Rejane Felipe, voluntária do CVV há 25 anos. Ela informa que estudos apontam que a introdução dessas barreiras contribui para a redução dos casos de suicídio.

No entanto, ela diz que o CVV entende que essa barreira não vai eliminar completamente o problema, mas ações integradas que venham a coibir e atenuar a problemática que tem crescido entre jovens.

“Tem toda uma rede de apoio que é necessária, políticas públicas que ofereçam mais condição para que as pessoas que estão passando por dificuldades e por transtornos mentais tenham o atendimento adequado, a assistência, [o acesso às] campanhas que possam orientar os familiares na condução dos problemas,” ressalta a voluntária.

Prevenção ao suicídio requer estratégia multissetorial

Atualmente, o suicídio é considerado um probléma de saúde pública. A cada ano, cerca de 700 mil pessoas morrem em decorrência de atentados contra a própria vida, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A nível mundial, esta é a quarta causa de morte mais comum entre jovens de 15 e 29 anos.

Segundo a OMS, para efetividade da prevenção ao suicídio, é necessária uma estratégia multissetorial para além do campo da saúde. A limitação do acesso às formas de suicídio é uma intervenção efetiva recomendada.

De acordo com a organização, essas medidas não somente reduziram as taxas de suicídios relacionados ao meio utilizado, mas também as taxas gerais de suicídio em alguns países, uma vez que esses atos são muitas vezes realizados impulsivamente como uma resposta a estressores agudos.

Prevenção ao suicídio: saiba como ajudar alguém

A psiquiatra e diretora técnica do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), Emanuela Sobreira, explica que, ao perceber que alguém próximo a você passa por uma situação delicada, a recomendação é encontrar um momento confortável e adequado para falar sobre o assunto e oferecer apoio sem pré-julgamento.

"Incentive a pessoa a procurar ajuda de profissionais de serviços de saúde, de saúde mental, de emergência ou apoio em algum serviço público", diz a psiquiatra.

Em casos de perigo iminente, ela coloca que não se deve deixar a pessoa sozinha. Nesses casos, é recomendado procurar ajuda de profissionais. Caso perceba um desconhecido passando por algo assim, a orientação é tentar fazer uma abordagem amigável.

"Mostre que essa pessoa pode ter ajuda necessária de profissionais competentes para passar por esse momento difícil da vida. Pergunte quem de confiança da pessoa você pode acionar para buscar apoio", aconselha. (Colaborou Mariana Fernandes/Especial para O POVO)

 

Serviço
Centro de Valorização da Vida (CVV)

O Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza atendimento 24 horas pelo telefone 188, dispondo voluntários para escuta de pessoas que precisem conversar.

Para fazer parte do projeto como voluntário é necessário entrar em contato com o CVV pelo e-mail fortaleza@cvv.org.br e participar das formações realizadas pelo Centro. Voluntários realizam plantões de quatro horas semanais disponibilizando escuta para pessoas passando por diferentes situações.

Também é possível buscar apoio por meio do Núcleo de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará pelo telefone 193.

Outros serviços de saúde que podem prestar apoio

Serviços de Saúde: Centros de Atenção Psicossocial - CAPS, Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs)

Emergência: Samu 192 e hospitais

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