Período chuvoso traz transtornos às trilhas do Parque do Cocó

Secretaria do Meio Ambiente (Sema) garante que haverá uma intervenção para a melhoria do local

Quem realizou o percurso das trilhas do Parque Estadual do Cocó, em Fortaleza, neste domingo, 16, encontrou dificuldades para concluir o trajeto. Isso porque, devido ao período chuvoso registrado na Capital, alguns trechos desses caminhos apresentam muita lama e dois acessos estão interditados. Secretaria do Meio Ambiente (Sema) garante que haverá uma intervenção para a melhoria do local.

Dependendo da entrada escolhida para iniciar a trilha, pode não ser possível identificar os transtornos logo de início. Na falta de sinalização sobre a situação da terra, contudo, os próprios frequentadores fazem o alerta, de forma simples: quem consegue completar o caminho avisa a quem está iniciando por ele. 

"Tem poço de lama. Eu tô avisando todo mundo (...) Já vim em época de chuvas, fica alguns pontos de lamaçal, mas como hoje é a primeira vez", contou Robério Menezes, 41. Frequentador assíduo do espaço, ele também observou em seu percurso que não houve limpeza da mata que cresce quando chove. 

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Um das pessoas alertadas pelo bancário foi Mirela Montenegro, 41. Mesmo sendo avisada, a cearense ainda tentou seguir o caminho, mas acabou desistindo por conta da lama e voltando depois de alguns trechos. Ela carregava o filho em um carrinho de bebê, o que tornou ainda mais difícil completar o trajeto.

Já quem insistir em ir até o fim da trilha precisa encontrar maneiras de não acabar escorregando ou "afundando" o pé na lama. É preciso andar com cuidado, buscando sempre pelas laterais do caminho e testando a "profundidade" da terra pastosa antes de se arriscar a passar por cima dela.

FORTALEZA, CEARÁ, 16-04-2023: Situação das Trilhas no Parque do Cocó, após as fortes chuvas. (Foto: Fernanda Barros/ O Povo).
FORTALEZA, CEARÁ, 16-04-2023: Situação das Trilhas no Parque do Cocó, após as fortes chuvas. (Foto: Fernanda Barros/ O Povo). (Foto: FERNANDA BARROS)

Além disso, populares usam pedaços de madeira para facilitar a travessia em alguns trechos. De acordo com Maria Eduarda, 24, essa espécie de "rampa" chegou a ceder quando um familiar seu passou por cima, o que acabou não ajudando para evitar que o mesmo afundasse o pé na terra.

Ela foi ao local com o namorado neste domingo e se surpreendeu com a quantidade de lama encontrada. Há pelo menos dois anos o casal realiza as trilhas e diz não ter presenciado local dessa forma ainda.

Ana Cristina, 35, também se surpreendeu com cenário. A operadora de caixa levou as duas filhas, de sete anos cada, para conhecerem juntas as trilhas. "Tá um lamaçal grande. Tá bem dificultoso da gente vim fazer um passeio com as crianças, um lazer", pontua.

Trechos vão passar por intervenção

Conforme Secretaria do Meio Ambiente (Sema), "as trilhas do Parque Estadual do Cocó estão sofrendo as consequências de um inverno mais rigoroso que o normal", o que "causa alagamentos em vários trechos". Os mais atingidos estão interditados e sinalizados, como o acesso a Trilha do Rio e a Trilha da Lagoa.

Pasta frisa que há o trabalho "corpo-a-corpo" de educadores ambientais, principalmente nos horários de maior movimento, avisando sobre a situação e os cuidados que devem ser tomados pelos frequentadores.

"A entrada da trilha próxima ao posto policial, bastante atingida, é um trecho de escoamento de água. Aproveitando o sol deste domingo e o fato de as trilhas estarem fechadas normalmente às segundas-feiras para manutenção, haverá uma intervenção da Sema para melhoria das condições do local", garante ainda. Manutenções devem ser finalizadas até o fim desta semana.

De acordo com Viviane Carneiro, membro da administração do Parque, a formação do solo do manguezal é "naturalmente propensa à inundações". Por isso, ações de melhoria só podem ser realizadas em um "tempo mais seco". "Ao final de toda quadra invernosa toda a trilha passa por uma reforma geral, inclusive os troncos de delimitação e nas áreas alagadas", explica representante.

Já em relação ao matagal, gestora informa que "a vegetação que margeia as trilhas serve também de contenção e amortecimento aos impactos gerados no solo, portanto não é possível retirá-la totalmente". Sema destaca que há um cronograma para conservação que é seguido regularmente, mas que sofreu alterações devido as chuvas. 

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