Estudante instala pontos de coleta de absorventes em faculdade de Fortaleza

A ação, que contou com o apoio do Centro Universitário, busca reduzir o impacto da pobreza menstrual no Ceará

A estudante de estética Ágata Cabral resolveu instalar pontos de coleta de absorventes e demais itens de higiene pessoal nas dependências de seu campus universitário, em Fortaleza. Os produtos arrecadados no ponto da Unifametro serão direcionados para mulheres em situação de vulnerabilidade social, a fim de combater a pobreza mentrual.

Ágata é a idealizadora do coletivo Florescer (@coletivoflorescer), projeto que atua na doação de kits de higiene pessoal com absorvente, sabonete, escova de dente e creme dental para pessoas que menstruam em situação de vulnerabilidade, além de oferecer educação menstrual em palestras e dinâmicas interativas. O coletivo já beneficiou cerca de 500 pessoas que menstruam, tanto nas ruas como em instituições.

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Ao O POVO, a jovem afirmou que sempre foi um desejo distribuir os pontos de coleta pelas dependências de seu campus, mas os planos haviam sido interrompidos temporariamente pela pandemia da Covid-19. Apesar de ainda sentir certa incerteza na abordagem dos estudantes para a doação, Ágata está confiante de que tudo irá fluir com o tempo.

Liskelvia Bezerra, coordenadora do curso de Estética e Cosmética da Unifametro, comenta que mesmo sendo uma instituição particular, ela consegue visualizar algumas situações relacionadas à pobreza menstrual. "Eu fiquei muito feliz dela, enquanto aluna, se sentir confiante e acolhida pela coordenação. A gente realmente abraçou a ideia", disse.

Nas próximas semanas, alunos do curso de Estética irão realizar uma ação em uma escola profissionalizante, também voltada ao ensino de estética. Para Liskelvia, iniciativas como a de Ágata quebram paradigmas. "Eu te confesso que nunca tinha parado para olhar para isso, e olha que eu trabalho com um curso em que boa parte das estudantes são pessoas que menstruam. Agradeço muito à Ágata por abrir meus olhos para essa realidade", reflete a gestora.

Pobreza menstrual

De acordo com pesquisa divulgada pela Johnson & Johnson Consumer Health, em conjunto com os institutos Kyra e Mosaiclab, a pobreza menstrual afeta 28% das pessoas de baixa renda no Brasil, com faixa etária entre 14 e 45 anos, o equivalente a 11,3 milhões de habitantes.

Dados do estudo “Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdade e violações de direitos”, do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), também revelam que mais de 4 milhões de pessoas que menstruam não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais.

Como doar

Na Unifametro, os pontos de coleta ficam:

Campus Conselheiro Estelita (rua Conselheiro Estelita, 500 - Centro, Fortaleza): próximos à entrada principal

Campus Carneiro da Cunha (rua Carneiro da Cunha, 180 - Jacarecanga): próximos ao atendimento ao aluno, no primeiro andar, e aos elevadores, no térreo.

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