Um dia de arvorismo no Parque do Cocó

Nos sábados e feriados, o Parque do Cocó promove um dia inteiro de arvorismo, esporte que envolve cruzar obstáculos suspensos em árvores

Nos feriados, a programação do Parque do Cocó envolve um dia inteiro com a prática de arvorismo liberada. Diferente dos domingos, quando o esporte só funciona das sete da manhã até meio-dia, os dias festivos e os sábados vão das 8h às 12h e das 14h às 17h.

Pois bem: a repórter fotográfica Fernanda Barros e eu, Catalina Leite, recebemos a missão de ir ao Cocó no dia de Tiradentes e entender como o arvorismo ― existente no parque desde 2016, pelo menos ― funcionava. São oito obstáculos envolvendo tirolesa e o cruzamento de pontes de corda, tambores, redes e o falsa baiana (um percurso no qual o atleta vai balançando, parecendo o molejo baiano).

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Chegamos às 14 horas no Parque. A movimentação estava bem fraca e decidimos nos aventurar no arvorismo para garantir uma boa história. Subimos para uma das entradas principais do Parque do Cocó, em frente à avenida Padre Antônio Tomás, e fomos à tenda de recepção. Lá, três instrutores nos receberam e começaram os preparativos de segurança, como averiguar os equipamentos de proteção.

Vamos ser sinceros, eu estava com medo. Tirolesa embrulha a minha barriga, caminhar em troncos bambos arrepia meu couro cabeludo. Mas talvez o horário de 14h30min, talvez o destino, e estávamos juntas com um grupo de seis amigos entre os 16 e 18 anos empolgadíssimos para a aventura.

Eles estavam desde as dez da manhã aproveitando o parque e comemorando o aniversário de 17 anos do colega, Lucas Marques. Já tinham percorrido as trilhas ecológicas, feito um piquenique e agora era a vez do arvorismo. Repentinamente, a tenda virou um alvoroço de felicidade e empolgação, inclusive com outras famílias se aproximando interessadas na atividade. Todos assinaram uma declaração de acatamento das regras do arvorismo, no qual confirmavam que tinham mais de 1,50 metro de altura, pesavam no máximo 100 quilos e estavam calçando tênis.

As regras, explicou mais tarde o monitor Davi Dantas, levam em consideração o peso suportado pelos cabos de segurança e a altura da linha da vida (um cabo de aço preso ao atleta e ao obstáculo) para evitar acidentes com os outros transeuntes do parque. Um por um, os amigos foram descendo a tirolesa e seguindo caminho pelos obstáculos em frente. Cada um dos trajetos começa e termina em um posto, no qual um monitor treinado em resgate recebe a pessoa e o prepara para a próxima etapa.

“Foi a primeira vez que eu pratiquei esse tipo de esporte”, conta Luís Felipe de Oliveira, 17, um dos amigos do grupão. “Foi uma experiência bem radical. Tinham umas partes que eu pensei que não ia conseguir passar, mas deu tudo certo (risos). A parte que eu achei mais difícil foi a dos barris, porque cansa muito também. Mas foi tranquilo, uma experiência ótima!”

O arvorismo, diz Davi, “funciona como a aventura que você tem fora da cidade, mas dentro da cidade”. E como o Parque do Cocó, na área de lazer, possui uma paisagem arborizada agradável, virou um ponto agradável para praticar o esporte gratuitamente.

No entanto, vale destacar que o parque é uma Unidade de Conservação e possui vários outros projetos focados na educação ambiental e na proteção da biodiversidade nativa. Há, por exemplo, o único meliponário público em funcionamento atualmente, que reforça a importância ecossistêmica das abelhas, insetos polinizadores ameaçados pelo desmatamento, e recupera as espécies de abelhas brasileiras sem ferrão.

Além disso, também existe o projeto do Viveiro de Mudas. Nele, os visitantes aprendem a criar as mudas desde o começo e, depois, podem levar para casa, gratuitamente, as mudinhas de plantas nativas. A ideia é valorizar as espécies vegetais do Ceará e estimular a arborização da cidade com a própria biodiversidade.

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