13 bairros de Fortaleza têm alto risco de surto de arboviroses; veja quais são

11 municípios do Ceará estão com índices de infestação de Aedes aegypti altos. Cariri é região que mais preocupa, segundo a Vigilância Sanitária

Com a chegada do período chuvoso, as arboviroses, como a dengue, a chikungunya e a zika, voltam a preocupar. Em Fortaleza, 13 bairros têm risco considerado alto para uma epidemia dessas doenças. A maioria deles está localizada nas regionais V e VI. O risco é calculado por meio de um indicador chamado Levantamento Rápido de Índice de Infestação para Aedes aegypti (LIRAa), que foi realizado na Capital entre janeiro e fevereiro.

A partir do levantamento, é possível saber o índice de infestação do mosquito em cada localidade de Fortaleza, que é a relação entre o número de imóveis com infestação do mosquito e o total de imóveis pesquisados. Na Capital, foram pesquisados cerca de 50 mil imóveis.

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Caso a localidade tenha menos de 1% de índice de infestação, o risco é considerado baixo. De 1% até 3,9% de imóveis infestados, o risco é médio. Acima de 4% de infestação caracteriza o alto risco. Fortaleza tem 2,3% de índice de infestação, mas a situação dos bairros difere.

Confira a lista dos bairros que têm índice de infestação alto em Fortaleza*:

Regional I
Cristo Redentor
Jardim Guanabara
Moura Brasil

Regional II
Luciano Cavalcante
Salinas

Regional V
Parque São José
Conjunto Ceará I
Genibaú
Granja Lisboa
Planalto Ayrton Senna

Regional VI
Conjunto Palmeiras
Jardim das Oliveiras
Paupina

*Os índices de cada bairro não foram divulgados, apenas a lista de bairros com infestação alta

Para o coordenador de Vigilância em Saúde, Nélio Morais, o cenário na Capital é preocupante. “Isso é um sinal de alerta importantíssimo para nós. São bairros relativamente populosos, e tudo isso pode ser um epicentro de um processo. Porque a enfermidade, o vetor não fica contido, ele se expande para outras áreas”, afirmou.

Segundo Nélio, as visitas dos agentes de combate a endemias visa principalmente acabar com focos do mosquito transmissor das doenças. “Quando nós fechamos esse levantamento, imediatamente a equipe já é direcionada a campo. Assim que identificamos esses criadouros, eles já são eliminados”. Nélio lembra que a pandemia impossibilitou por quase dois anos a visita de agentes dentro dos domicílios das pessoas, onde estão 80% dos focos do Aedes.

“Nós temos talvez 1 milhão a 2 milhões de visitas que não foram realizadas. Isso representa um déficit no controle. Quando retornamos o acesso, estamos visualizando o que aconteceu nesses dois anos. É correr contra o tempo”, diz.

Chikungunya preocupa em Fortaleza e no Cariri

Se em 2021 a chikungunya preocupou as autoridades de saúde de Pernambuco, em 2022 a atenção para esta arbovirose chega ao Ceará, aumentando casos tanto em Fortaleza quanto no Cariri. Em janeiro e fevereiro deste ano, foram notificados 91 casos de chikungunya e confirmados 26. No primeiro mês do ano, a positividade de exames foi de 18,1%. Já no segundo, saltou para 32,6% na Capital.

Os números, de acordo com a Prefeitura, são maiores do que os registrados em 2021. Bairros como Jardim das Oliveiras, Cidade dos Funcionários e Luciano Cavalcante apresentaram surtos de casos suspeitos.

Segundo a secretária executiva de Vigilância em Saúde da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Ricristhi Gonçalves, a doença também é motivo de preocupação na região do Cariri. O número de casos da doença na região aumentou 5.000% quando comparado ao ano anterior, de acordo com Ricristhi. O município de Barbalha já tem cenário de epidemia, pois já registra mais de 300 casos a cada 100 mil habitantes.

De todos os municípios que realizaram o levantamento, 11 têm alto risco, ou seja, estão com índice de infestação acima de 3,9%. Desses 11, quatro estão localizados no Cariri. No entanto, a região não é a única que merece atenção. O Maciço de Baturité, segundo a secretária, também receberá o carro do fumacê.

Confira a lista de municípios que têm índice de infestação alto no Ceará:

Altaneira
Ibicuitinga
Caridade
Campos Sales
Ipu
Senador Sá
Canindé
Jardim
Viçosa do Ceará
Araripe
Quixeramobim

Ações planejadas para combater as arboviroses em Fortaleza

O prefeito Sarto Nogueira (PDT), junto de outros membros do Comitê Municipal de Combate às Arboviroses, anunciou nesta quinta-feira, 3, um plano municipal para conter as doenças. Dentre os tópicos, a aquisição de mais 18 viaturas para os agentes de combate a endemias é uma das principais medidas.

Esses profissionais e os agentes comunitários de saúde terão progressão por tempo de serviço. A medida, conforme a prefeitura, beneficia 3.507 servidores, com impacto anual de R$ 4,5 milhões. O pagamento já consta na folha de fevereiro, paga no dia 1º de março.

Além disso, trabalhos de limpeza pública, compra de larvicidas, inseticidas e bombas costais, cursos e formações para agentes e trabalho educativo estão dentro do plano de enfrentamento.

“O principal objetivo é que a gente bloqueie a transmissão eliminando criadouros. A gente não quer que a população adoeça. Estamos preparados para atender, mas o principal enfrentamento está mesmo na eliminação dos criadouro”, afirma a secretária municipal da Saúde, Ana Estela.

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