Com menção ao conflito na Ucrânia, missa na Catedral de Fortaleza inicia período da Quaresma

A celebração na Catedral das 18h30min foi presidida pelo arcebispo de Fortaleza, dom José Antonio. Ele enfatizou que os problemas do mundo são provenientes da falta de instrução e orientação de Deus

Uma quantidade considerável de fiéis compareceu à Catedral Metropolitana de Fortaleza nesta Quarta-feira de Cinzas, 2 de março. Os bancos da igreja ficaram quase totalmente ocupados durante a missa presidida pelo arcebispo da Capital, dom José Antonio Aparecido Tosi Marques, a partir das 18h30min. Durante a celebração, houve menção e pedido de paz ao conflito militar ocasionado após a invasão da Rússia à Ucrânia, no Leste Europeu.

Tradicional no calendário católico, a missa abre o período da Quaresma, fase que vai do fim do Carnaval até a Semana Santa. Este ciclo representa para os fiéis o preparo espiritual para a Páscoa e é marcado por três momentos importantes: a preparação, a celebração e o prolongamento. É um momento voltado para reflexões e serviços religiosos como orações, caridade e abstinência de carne.

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A dona de casa Rúbia Amorim, 46, presente na Catedral nesta quarta-feira, disse que mantém a tradição anualmente para iniciar o período de meditação na palavra de Deus e em busca da renovação das graças obtidas. Neste ano, ela disse que pede especialmente pela paz no Brasil e no mundo. “Só Deus pode intervir nos corações duros dos homens, que lutam pela ganância do poder”, disse.

Já a executiva comercial Elisângela Maria dos Santos, 46, afirma que busca frequentar a igreja nesta data não apenas para viver “a tradição pela tradição”. “Estou atrás da mística, da salvação e do recomeço. Eu sei que vou viver um tempo de cruz, mas com a esperança da ressureição”, enfatiza. Para ela, os conflitos vividos atualmente no mundo são resultado de escolhas da humanidade. “Eu acredito na mudança do homem e peço que Deus conceda a graça da conversão”, acrescenta Elisângela.

Durante a celebração, o arcebispo dom José Antonio criticou as pessoas que seguem se aproveitando da situação da pandemia de Covid-19 para criar mais riquezas, além de gerar polarização e divisão na sociedade. Ele enfatizou que os problemas do mundo são provenientes da falta de instrução e orientação de Deus. “(A crise na saúde) veio nos desafiar a confiar mais em Deus, fazendo o bem para nós e para os outros”, disse.

“Nosso destino final da Quaresma é a ressurreição não só dos católicos, mas de toda a humanidade, com alegria de uma vida nova que vai vencendo no mundo, apesar de todas as dores e escuridões que ainda existem”, apontou. “Quando Deus está no coração dos homens, ele faz as pessoas se sentirem irmãos e unirem-se uns aos outros para poder realmente promover o bem comum”, acrescentou em entrevista ao O POVO.

Campanha da Fraternidade 2022


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou oficialmente, nesta quarta-feira, 2, a Campanha da Fraternidade de 2022, com o tema "Fraternidade e Educação" e o lema bíblico "Fala com sabedoria, ensina com amor". O objetivo da campanha, segundo a CNBB, vai além dos problemas na educação ao também "refletir sobre os fundamentos do ato de educar na perspectiva católico-cristã". "Educação é pilar da paz e por isso precisa receber sempre mais investimentos significativos de governantes, empreendedores, instituições, todos os setores", destacou o presidente da entidade, dom Walmor Oliveira de Azevedo.

Neste ano, a Campanha da Fraternidade é impulsionada pelo Pacto Educativo Global, convocado pelo papa Francisco. Na carta de convocação ao Pacto, o religioso apresenta elementos constitutivos de uma educação humanizada que contribua na formação de pessoas abertas, integradas e interligadas. Além disso, a ideia é que também sejam capazes de cuidar da casa comum já que a “educação será ineficaz e os seus esforços estéreis se não se preocupar também em difundir um novo modelo relativo ao ser humano, à vida, à sociedade e à relação com a natureza”. Essa é a terceira vez que a temática da educação será abordada na Campanha da Fraternidade.

Durante o lançamento da campanha, o papa Francisco voltou a fazer, durante sua audiência geral no Vaticano, um apelo em defesa da paz na Ucrânia, que há uma semana é alvo de uma invasão militar russa. Em sua homilia, o pontífice lembrou o início da Quaresma e disse que as "orações e o jejum" dos católicos serão uma "súplica de paz" para a Ucrânia. Além disso, agradeceu a um padre ucraniano que fez a leitura da catequese em polonês na audiência geral.

"Seus pais estão nos abrigos embaixo da terra para se proteger das bombas em um lugar próximo a Kiev, e ele continua a cumprir seu dever aqui conosco. Estando ao seu lado, estaremos ao lado de todas as pessoas que sofrem com os bombardeios. Levemos no coração a lembrança desse povo", disse o papa Francisco, que também elogiou a Polônia por receber refugiados ucranianos. "Vocês estão oferecendo generosamente tudo o que é necessário para que eles possam viver dignamente, apesar da dramaticidade do momento", ressaltou.

(Colaborou: Letícia Borges/O POVO; com Agência Brasil)

 

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