35% da população em situação de rua de Fortaleza vive nesta situação há um ano

Censo Municipal da População de Rua, realizado em 2021, apontou que pelo menos 2.653 pessoas vivem nas ruas da capital cearense

Entre os anos de 2014 e 2021, a cidade de Fortaleza teve um aumento de 53,1% do número de pessoas que vivem em situação de rua. Desse total, 35% das pessoas disseram que chegaram às ruas da Capital há menos de um ano.

Os dados foram divulgados pela Prefeitura por meio do II Censo Municipal da População de Rua. Com os números atualizados, a administração municipal prometeu anunciar medidas voltadas para o grupo já na tarde desta quarta-feira, 2.

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De acordo com o Censo, em 2014 foram identificadas 1.718 pessoas em situação de rua. Já a pesquisa realizada entre os dias 19 e 23 de julho de 2021 apontou que 2.653 pessoas estão em situação de rua em Fortaleza: 81,5% desse público é composto por homens, com 49,1% tendo idade entre 31 a 49 anos.

Os dados da Prefeitura mostram que a região administrativa Regional 12, composta pelos bairros Centro, Moura Brasil e Praia de Iracema, é a zona da Cidade que concentra o maior número de pessoas desse grupo, com 36,6% do total.

Durante o período da pesquisa, a Prefeitura constatou que 56,7% das pessoas estavam vivendo em calçadas, 18,1% em praças, outros 7,4% sob marquises, mais 3,5% embaixo de viadutos e 2,2% em tocas. Segundo o relatório, foram encontrados outros 533 pontos com moradias improvisadas.

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Entre as mais de 2.600 pessoas em situação de rua em Fortaleza, foi constatado um alto nível de analfabetismo, atingindo a marca de 18,8%. O índice é superior à média do Nordeste, que é de 15,14%, assim como supera o percentual do Ceará, que é de 14,2%, levando em consideração a população maior de 18 anos de idade, segundo a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (IBGE, 2017).

Quase 63% do grupo que vive pelas ruas de Fortaleza nunca teve acesso a uma formação profissional, já 44,7% nunca trabalharam com registro em carteira de trabalho. A pesquisa mostra que o desemprego de longa duração na capital cearense é superior à média nacional de 41,2% para a população em geral.

Sobre o uso de drogas, o levantamento aponta que quase 30% dos entrevistados estão em situação de rua por causa da dependência química, outros 58,7% apontaram os conflitos familiares como o motivo de viverem nas ruas. Do total, pelo menos 34,2% possuem passagem por instituições para tratamento de dependência química.

Pouco mais de 9% do grupo acredita que tratar a dependência de álcool ou outras drogas ajudaria a deixar de viver em situação de rua, o que é desejo de 94,3% dos entrevistados.

A pesquisa também apontou que cerca de 1.900 pessoas dos 2.653 entrevistados são pretas ou pardas, totalizando 71,5% do grupo. Os dados também revelaram que 96,8% são cisgêneros e 91,5% se dizem heterossexuais.

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