CGD abre procedimento para apurar denúncias sobre delegado de Fortaleza

As acusações levantadas por servidores do Distrito Policial devem ser analisadas na seara administrativa pelo órgão. Ele é suspeito por assédio moral e profissional, abuso de poder, entre outros

A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) abriu um procedimento disciplinar para apuração dos fatos na seara administrativa sobre o caso do delegado de um Distrito Policial (DP) em Fortaleza. O homem é alvo de inúmeras denúncias, feitas por servidores da unidade, como assédio moral e profissional, abuso de poder, injúria, difamação, denunciação caluniosa, perseguição, ameaças e homofobia.

As acusações contra o delegado são de que ele usaria a função para constranger e intimidar colegas de trabalho em posição hierárquica inferior à dele. “Ele trata todos, sem distinção, com gritos e ameaças", relata um dos servidores, que chama o delegado de “misógino” e o acusa de assediar mulheres de maneira recorrente no ambiente de trabalho. “Uma vez ele disse para uma colega ‘quero vocês só pra desfilar na delegacia e ser bonitas’”, relata.

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O servidor ouvido pelo O POVO, em condição de anonimato por temer retaliações, disse ainda que os funcionários convivem sob constantes ofensas e humilhações. “Sem nenhum pudor, ele chama todo mundo de doido, burro, incapaz e uma vez disse que uma escrivã era ‘uma rapariga de delegado que só servia pra ser comida’. Também é altamente homofóbico… começou a falar de mim, dizer que eu era homossexual (de forma bem grosseira). A um outro colega, a ofensa foi bem pior, chamando ele de ‘um tremendo de um viadão'”, afirma.

Em outra situação, o delegado teria coagido um cidadão comum a dizer que foi torturado por um funcionário que ele estava perseguindo. “Inclusive, obrigou o escrivão a relatar a denúncia, mesmo mostrando que era tudo armação”, conta o servidor, que garante: “Isso não é segredo para ninguém. Os grandes sabem”, conclui, sem especificar quem são “os grandes”.

No fim da tarde desta sexta-feira, o delegado entrou em contato com a reportagem e se defendeu dizendo que as acusações partem de policiais que cometeram graves infrações e desvios de conduta, inclusive crimes. Haveria uma tentativa de criar constrangimento por vingança contra ele, conforme explica. Ele afirma que as denúncias contra os policiais que comenta foram apresentadas à CGD.

O POVO entrou em contato com a CGD para obter detalhes sobre as denúncias apontadas pelo delegado e aguarda resposta. A reportagem ainda tentou entrar em contato com a Associação dos Delegados de Polícia Civil do Ceará (Adepol) para obter uma posição oficial sobre o caso, mas também não obteve resposta.

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