Pedestres ficam confusos com faixa inaugurada na Tristão Gonçalves, no Centro

A maior faixa de pedestres do País foi inaugurada na segunda-feira, 31, no Centro. O POVO foi ao local conversar com os transeuntes e saber como tem sido a utilização do dispositivo

A maior faixa de pedestres do País, inaugurada na última segunda-feira, 31, no Centro de Fortaleza, tem deixado os transeuntes confusos. Instalada na rua Tristão Gonçalves, no cruzamento com a Liberato Barroso, o dispositivo com 40 metros de extensão tem o objetivo de garantir segurança ao pedestre. Segundo a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), costumam circular naquele cruzamento 500 pedestres por hora.


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A vendedora Selma Sousa, 19, trabalha há um mês e meio no local. Ela relata que os carros continuam desrespeitando a faixa, mesmo com a extensão maior. "Eu vi em uma entrevista que, por mais que o sinal esteja vermelho, eles têm que esperar o pedestre passar, mas eles não respeitam. Eu acho que é porque nem todo mundo sabe", declarou. O vendedor de lanches Cid dos Santos, 42, concorda com Selma sobre a falta de respeito dos motoristas com os pedestres naquela via.

Além da faixa, também foi implementada pela AMC uma nova sinalização de segurança, que conta com o aumento da área da calçada por meio de cores chamativas e semáforos com tempo exclusivo para pedestres.  Mototaxista, Antônio Carlos, 42, conta que já presenciou muitos acidentes que vitimaram pedestres no cruzamento durante os últimos cinco anos de trabalho no local e, entre ontem e hoje, presenciou também alguns "sustos". "É uma faixa de pedestre muito extensa, e por ela ser muito extensa o pedestre fica sem saber se passa de um lado ou do outro. É mal informado e mal orientado. O pessoal da Via Livre, que tá do lado de lá orientando os carros, deviam estar aqui também", conta Carlos. Ele passa o dia trabalhando em um ponto na esquina da Tristão Gonçalves com a Liberato Barroso.

Pedestres reclamam da falta de orientações sobre a utilização dos novos dispositivos para pedestres instalados no Centro
Pedestres reclamam da falta de orientações sobre a utilização dos novos dispositivos para pedestres instalados no Centro (Foto: Bárbara Moira)

Outro problema apontado pelo mototaxista é o fato de o semáforo do cruzamento estar posicionado alguns metros antes da esquina, na rua Tristão Goncalves. Ele disse ter presenciado vários pedestres sendo atropelados ao atravessarem a faixa da Liberato Barroso por não conseguirem visualizar  sinal aberto. Para Carlos, o ideal seria uma ação explicando aos transeuntes o objetivo e como utilizar as sinalizações.

Nos últimos cinco anos foram registrados 5.943 mil acidentes no Centro. Nesses, 2.838 mil pessoas ficaram feridas, sendo que em 489 os casos foram de ferimentos por atropelamento, e 47 pessoas morreram. Em nota, a AMC esclarece que a faixa faz parte do novo projeto de trânsito, que começou a ser implementado no mês de maio em alusão ao #MaioAmarelo. O órgão explica que, assim como a faixa de pedestres inaugurada na Tristão Gonçalves, o objetivo do projeto são ações voltadas para os pedestres, que ocupam o segundo lugar no ranking das vítimas que morrem no trânsito de Fortaleza, ficando atrás apenas dos motociclistas.

Sobre a confusão dos pedestres e a falta de respeito dos motoristas, o órgão respondeu que nos próximos dias será realizado um trabalho de orientação, com a presença de educadores no trecho, para esclarecer aos pedestres como utilizar a faixa e lembrar que em qualquer ponto dela é possível fazer a travessia. 

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