Estudante faz Enem durante pós-operatório: 'Não pensei em desistir'
Estudante da escola pública compareceu aos dois dias de prova mesmo em processo de recuperação de uma cirurgia no joelho
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) se consolida ano após ano como a principal porta de entrada para o ensino superior, o que o torna um evento importante para os estudantes do ensino médio.
Essa importância foi testada para Tamiris Alves, de 18 anos, que passou por uma cirurgia no último dia 24 de outubro, apenas 9 dias antes do primeiro domingo de provas do Enem.
Mesmo com a perna imobilizada, sem poder colocar o pé no chão, ela não desistiu de ir fazer as provas. Por ter recebido a notícia pouco antes do procedimento, Tamiris não conseguiu solicitar o atendimento especializado e chegou ao local sem saber se seria acomodada corretamente.
Enquanto a estudante encarava o último dia de provas neste domingo, 16 de novembro, a mãe dela conversou com O POVO sobre a experiência desafiadora da filha de participar do Enem nessas circunstâncias.
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“Ela ficou rindo quando recebeu a notícia e disse que estava apenas preocupada com o Enem“, conta Maria de Fátima Alves, 62, mãe de Tamiris. A estudante ainda afirmou várias vezes que “não desistiria”.
Tamiris fez a cirurgia para tratar uma lesão osteocondral no joelho esquerdo, e aguardava há cinco anos para realizar o procedimento. A família chegou a entrar na justiça para que a jovem conseguisse a cirurgia.
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Após o procedimento, ela compareceu à universidade escolhida para a realização do exame em uma cadeira de rodas alugada. “Ela sentiu muita dificuldade no primeiro dia”, afirma a mãe.
Estudante utilizou mesa adaptada no segundo dia de provas
Tamiris chegou apreensiva ao primeiro dia do Enem, no dia 9 de novembro, e se dirigiu à coordenadora responsável para ver se conseguia uma mesa adequada para a realização da prova.
Por ela não ter solicitado o atendimento especializado, a instituição não estava preparada para atendê-la e a mãe afirma que ela relatou dificuldades na realização do exame.
“Ela tentou contato para explicar a situação, mas não conseguiu resolver. Disse que estava muito desconfortável no primeiro dia. Fez a prova em cima da perna”, afirma Fátima.
A situação no segundo dia foi melhor e Tamiris teve acesso a uma mesa adaptada para pessoas que utilizam cadeira de rodas. Segundo a mãe, ela gostaria do mesmo cuidado no primeiro dia do exame.
“Tamiris acha que não fez uma boa prova (no domingo, 9) mas eu tenho certeza que ela arrasou”, finaliza a mãe, que contou orgulhosa sobre a resiliência da filha.