Greve dos caminhoneiros: com categoria dividida, paralisação foi marcada para esta quinta-feira, 4
Diferentemente da greve que ocorreu em 2018, o ato deste ano divide opiniões dentro da própria categoria que afirma que não ocorrerá paralisação
09:22 | Dez. 04, 2025
Uma paralisação de caminhoneiros está prevista para acontecer nesta quinta-feira, 4. Diferentemente da greve realizada em 2018, motivada pela alta no preço dos combustíveis, o movimento deste ano ocorre em meio a divergências dentro da própria categoria.
Ao O POVO, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) descarta qualquer movimento no Ceará. Em nota, afirma que não há registro nem previsão de manifestação ou paralisação de caminhoneiros no Estado.
Na última terça-feira, 2, o ato grevista foi protocolado junto à Presidência da República com o acompanhamento do desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e advogado Sebastião Coelho.
“Estaremos protocolando o movimento para trazermos a legalidade jurídica dessa ação que vamos iniciar a partir do dia 4 de dezembro. Doutor Sebastião Coelho estará conosco, nos acompanhará”, afirmou Chicão Caminhoneiro, líder do movimento e representante da União Brasileira dos Caminhoneiros, em vídeo divulgado nas redes sociais ao lado do jurista.
Segundo Chicão, o objetivo principal da paralisação é a defesa da classe trabalhadora da estrada, que enfrenta, segundo ele, graves dificuldades financeiras e econômicas.
Leia mais
O líder ressalta que o movimento tem caráter apolítico e está voltado exclusivamente para a sobrevivência da categoria.
Sobre a organização do movimento, Chicão explica que a legalidade jurídica já foi garantida, mas a execução será orgânica, com cada grupo decidindo a forma de adesão, seja permanecendo em casa ou se reunindo em pontos de apoio com infraestrutura mínima.
Apesar de reconhecer os prejuízos às empresas de um dia sem faturamento, o caminhoneiro justifica a mobilização ao afirmar que, atualmente, trabalhar, muitas vezes, gera mais passivos, como desgaste de insumos e manutenção, do que retorno financeiro.
Leia mais
Por fim, o líder faz um apelo à união da categoria e ao cumprimento das leis, pedindo que os manifestantes não impeçam o direito de ir e vir da população para que o protesto mantenha sua legitimidade constitucional.
Entretanto, apesar do movimento, o ato está dividido. Caminhoneiros se manifestam por meio das redes sociais, afirmando que o autoproclamado líder não os representa e que não ocorrerá a paralisação.
Principais demandas da greve dos caminhoneiros
Entre as principais reivindicações dos caminhoneiros estão a defesa e valorização da categoria.
O movimento afirma que a pauta da categoria é "densa" e que a luta é por condições mais justas de trabalho. Segundo o organizador, trata-se de buscar soluções para uma classe que, nas palavras do próprio líder, está “morrendo trabalhando”.
Além da sustentabilidade financeira e remuneração adequada. Muitos caminhoneiros relatam jornadas de 17, 18 ou até 20 horas por dia para conseguir arcar com as despesas básicas.
Leia mais
Segundo ele, a remuneração atual é insuficiente, obrigando a ampliação excessiva da carga horária.
Outro ponto destacado é a necessidade de construir uma base mais sólida de condições de trabalho, que ofereça maior segurança e estabilidade à categoria.
Os caminhoneiros também pedem sensibilidade do Governo para abrir diálogo e buscar soluções que minimizem os problemas enfrentados no dia a dia da profissão.