Controladores de voo anunciam greve; saiba os dias
De acordo com nota divulgada pelo sindicato da categoria, parte dos serviços de navegação aérea será suspensa
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Voo (SNTPV) anunciou greve da categoria para os dias 24, 26 e 30 deste mês e 2 de outubro. As paralisações foram aprovadas em assembleia da categoria realizada na quarta-feira, 10 de setembro.
De acordo com nota divulgada pelo SNTPV, parte dos serviços de navegação aérea será suspensa nesses dias, e o movimento se justifica pela precarização das condições de trabalho a ponto de afetar a segurança.
“Dada a sensibilidade e o alto nível de segurança exigidos nesta área, somente serão suspensos os serviços que não afetam a segurança dos voos, pelo prazo de 1 hora, em dois turnos: um pela manhã (11h às 12h) e outro à tarde (15h às 16h)”, informa o sindicato por meio da nota.
O especialista em aviação, Lito Sousa, disse nas suas redes sociais que a greve não afetará a segurança do voo, mas a continuidade dele no horário ou até um possível cancelamento. Explicou que durante o horário da greve, todas as decolagens serão interrompidas. Apenas os pousos e os voos em andamento e também operações emergenciais, como transporte de órgãos e voos militares, seguirão sendo atendidos pelo controle de tráfego aéreo.
Lito afirmou que essa paralisação deve provocar grandes atrasos e até cancelamentos de voos, principalmente nos grandes aeroportos do país. Aconselhou a quem tem passagens marcadas para esses dias a procurar a respectiva companhia aérea para remarcar a viagem ou obter informações.
Dentre as reivindicações da categoria, estão: o cumprimento de cláusulas previstas no Acordo Coletivo de Trabalho 2023/2025, com a implementação de melhores condições para o auxílio de assistência à saúde, e a implantação do Plano de Cargos e Salários, questões acordadas diante da conciliação do TST, mas que até hoje não foram implementadas.
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Ainda conforme o sindicato, também existem outros motivos, como as reduções de direitos e a defasagem salarial sofridas durante a pandemia e ainda não recuperadas.
“Além disso, promessas feitas pelo presidente da empresa em 2023 não foram cumpridas, e há déficit de pessoal operacional em todas as unidades (14 anos sem concursos públicos para reposição), o que vem pressionando cada vez mais os trabalhadores a cumprir escalas cansativas e um elevado número de horas extras, gerando risco aeronáutico”, informa a nota..
O sindicato pondera que, ainda em curso, a negociação do próximo Acordo Coletivo de Trabalho não é alvo desta greve e que a antecedência do aviso da greve é muito superior ao exigido pela legislação, propiciando tempo para que os usuários e as companhias aéreas ajustem seus voos.
“Dessa forma, qualquer alteração na programação deve ser discutida diretamente com a companhia aérea. Sabemos que uma greve não agrada a ninguém, mas é o último recurso para a manutenção da segurança da aviação brasileira. A categoria, já no limite de sua capacidade funcional, não dispõe de outra alternativa para fazer com que as promessas e os direitos sejam cumpridos de forma justa, permitindo que o trabalho continue sendo executado com segurança e excelência”, finaliza o comunicado da categoria.