Elmano negocia ampliação da parceria Ceará e China com embaixador chinês

Agenda em Brasília busca atenuar os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros e que tem abalado cadeias produtivas do Ceará

12:05 | Ago. 07, 2025

Por: Armando de Oliveira Lima
O governador Elmano de Freitas se reuniu com o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao (foto: Camila Carvalho/Governo do Ceará)

O governador Elmano de Freitas (PT) encontrou o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, na manhã desta quinta-feira, 7, e disse tratar de "parcerias econômicas e novos mercados entre o Ceará e a China".

A busca por novos mercados internacionais para os produtores cearenses tem sido um dos objetivos de Elmano no esforço de atenuar os efeitos do tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump (EUA) e que tem abalado as cadeias produtivas do Ceará.

"No encontro, discutimos também sobre a ampliação de rotas de navegação entre a China e o Complexo Portuário e Industrial do Pecém, fortalecendo ainda mais a posição estratégica do Estado no comércio global", publicou o governador nas redes sociais, após a agenda em Brasília.

Elmano contou que o objetivo é ter uma rota direta entre Ceará e China, reduzindo o tempo de viagem e viabilizando a exportação das frutas frescas cearenses para o mercado chinês.

Hoje, o trajeto leva 30 dias entre o Pecém e a China, pois passa ainda em Suape e Santos, depois de deixar o terminal cearense. Com conexão direta, a expectativa é de que as cargas cheguem em 11 dias ao país asiático.

"Se isso for possível, todo setor de fruticultura poderia exportar para a china", afirmou.

Hoje, Elmano ainda tem reunião marcada com Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O encontro acontece após a divulgação das medidas anunciadas pelo Ceará para enfrentar o tarifaço e às vésperas do governo federal fazer o mesmo.

Com informações de João Paulo Biage, correspondente do O POVO em Brasília

Entenda o impacto

A imposição de tarifas de 50% para produtos brasileiros que chegam ao mercado dos Estados Unidos, confirmada pelo presidente Donald Trump, tem potencial de impactar R$ 16 bilhões em exportações do Nordeste.

Conforme levantamento da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), na região, Ceará, Bahia e Maranhão são os estados mais impactados com a medida, prevista para iniciar a partir de 1º de agosto.

Segundo a Coordenação de Estudos, Pesquisas, Tecnologia e Inovação da Sudene, somente esses três estados venderam R$ 14 bilhões em produtos ao mercado dos EUA no acumulado do ano de 2024.

“Será uma perda significativa para a economia regional, caso este mercado seja fechado, uma consequência natural diante do aumento expressivo nos preços de mercadorias, conforme a lei da oferta e da procura mostra”, avaliou José Farias, coordenador de Estudos, Pesquisas, Tecnologia e Inovação da Sudene.

Em 2025, entre janeiro e junho, já foram destinados aos Estados Unidos R$ 8,7 bilhões em produtos nordestinos. O principal emissor nesta pauta exportadora é o Ceará, seguido de Bahia e Maranhão. (Com Irna Cavalcante)

Governo do Ceará anuncia 4 medidas contra o tarifaço dos EUA; confira quais | O POVO News

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