Quixeramobim terá polo logístico-industrial com mais de 1,3 mil hectares
Value Global realiza hoje a cerimônia que inicia obras de porto seco. Empresa confirma ampliação do projeto, que agora será integrado a plantas industriais, o que faz aporte subir para R$ 1 bilhão
O projeto de implantação de um porto seco na passagem da ferrovia Transnordestina em Quixeramobim (a 212 km de Fortaleza) foi incrementado e agora será integrado a plantas industriais. A Value Global anuncia que o aporte total subiu e chega a R$ 1 bilhão.
O lançamento da pedra fundamental, que marca o início das obras do polo logístico-industrial do Sertão Central, será feito nesta segunda-feira, 7, com presença dos executivos da Value, do governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), além dos 12 prefeitos dos municípios que compõem o Sertão Central.
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A atualização do projeto inicial, que previa a instalação do Porto Seco José Dias de Macêdo ocupando 362 hectares e foi incrementado com a intenção de instalação de plantas industriais nos arredores - ocupando mais 1 mil hectares, será apresentado pelo governador.
Ao O POVO, o CEO da Value Global, Ricardo Azevedo, adiantou que a ideia da ampliação é integrar o poder da infraestrutura e logística que será implementada em torno do projeto do porto seco e incluir indústrias no espaço.
Somente nas obras de construção do porto seco, a Value projeta mais de 2,5 mil trabalhadores no auge da obra. A empresa também deve investir algo em torno de R$ 350 milhões na primeira fase de obras, com previsão de entrega e início de operação para agosto de 2026.
A expectativa de Ricardo é que a partir da entrega da obra o processo de alfandegamento não demore e o porto seco atue em sua plenitude junto com a inauguração da Transnordestina, previsto para 2027.
Ainda antes do início das obras, a Value já conseguiu adiantar assinatura de contratos com parceiros interessados em operar no porto seco, como empresas de grãos, combustíveis, mineração e processamento, entre outras. Agora, com a ampliação para inclusão de indústrias, novos players aparecem interessados.
"Fomos procurados para expandir para terrenos vizinhos, então além de um polo logístico, o projeto caminha para ser também um polo industrial. A expectativa é de que o governador anuncie. São muitos segmentos interessados. Por isso, o interesse do governo em atrair mais negócios é crescente", pontua.
Ricardo conta que as negociações visam atrair operações industriais consolidadas e multinacionais. Dentro desses interessados, empresas da China, empresas de tecnologia de São Paulo e até data centers.
Conforme O POVO apurou, pelo menos quatro secretarias do Governo do Ceará estão dedicadas à ampliação do projeto, de forma a garantir as condições para que ele funcione e acordos com empresas "âncoras" sejam firmados.
Entre as vertentes desse trabalho estão as áreas de diálogo e atração de investimentos, de incentivos fiscais, além das de infraestrutura e planejamento urbano. Já há projeto para implantação do Anel Rodoviário do Sertão Central, para diminuir a circulação de veículos de grande porte e carregados dentro dos municípios.
Ricardo destaca ainda que a Value já garantiu a vinda de empresa do setor de energia para o projeto, de forma que os operadores logísticos e empresas parceiras sejam atendidas, além do novo polo logístico. "Uma importante empresa de energia fotovoltaica atenderá tanto nossa estrutura quanto as futuras indústrias da região.
Questionado sobre o andamento das obras da ferrovia Transnordestina, que se arrastam há mais de uma década, mas que receberam confirmação de aporte de R$ 800 milhões de crédito suplementar do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FNDE), ele pontua que toda projeção de transformação econômica depende da conclusão das obras.
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Ricardo comenta que já vê trabalhadores atuando dentro do terreno do porto seco preparando onde passarão os trilhos, além da garantia de recursos para conclusão do projeto até o Porto do Pecém.
"Acreditamos que vai chegar até o fim. É uma necessidade nacional. O País precisa escoar a produção do Mato Grosso, Tocantins, Piauí e Bahia (MA-TO-PI-BA), por exemplo, e não há estrutura suficiente hoje para isso. São 9 milhões de toneladas de grãos a serem transportados, os produtores querem isso, os exportadores, a União, os estados, todos", afirma.
Diferencial logístico
O projeto do Porto Seco em Quixeramobim tem como meta otimizar o transporte de cargas, com estimativas de redução de custos entre US$ 20 e US$ 30 por tonelada. A estrutura contará com uma derivação do trilho principal da ferrovia com 2.400 metros lineares que permitirá o "estacionamento" do trem e servirá como área de carregar e descarregar, sob o custo de R$ 235 milhões bancados pela Value.
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