63% das empresas do Brasil apontaram fraudes nos últimos 12 meses, diz pesquisa

A oportunidade foi apresentada como a principal motivação, sendo assinalada em 94% dos casos. Os outros estímulos são: pressão e racionalização

O estudo "Diagnóstico das Fraudes no Brasil" realizado pela empresa de auditoria, Grant Thornton Brasil, apontou que 63% das empresas do País afirmaram ter identificado fraudes nos últimos 12 meses. A oportunidade foi apresentada como a principal motivação, sendo assinalada em 94% dos casos.

Os dados do levantamento foram apresentados durante o debate do Grupo de Líderes Empresariais do Ceará (Lide Ceará) que ocorreu na terça-feira, 5.

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Na ocasião, o sócio especialista em Compliance, Investigation & Dispute Services da empresa, Alessandro Gratão, apresentou também que 47% das fraudes são realizadas por pessoas que ocupam posições de gestão.

“São funções nas quais é possível tomar diversas decisões sem uma dupla checagem. Isso dá uma maior autonomia aos potenciais fraudadores”, explicou o executivo.

Em relação às idades, os fraudadores costumam ter entre 26 e 45 anos, faixa etária que representa 87% das ocorrências. Além disso, as outras motivações apontadas foram: pressão e racionalização.

No levantamento também foi apresentado que na maioria dos casos, 93%, não é recuperado um valor maior do que 20% do montante perdido. O que, de acordo com o sócio especialista da companhia, demonstra um comportamento que é percebido como recorrente entre as pessoas que realizam esses atos.

“O perfil de pessoas que costumam fraudar as companhias apresenta um padrão de gastos consigo mesmo e terceiros. Por isso, na maioria dos casos, os valores retirados das companhias já foram gastos”, destaca.

Já no que concerne às medidas tomadas pelas empresas, na maioria dos casos ocorre demissão por justa causa. Entretanto, os fraudadores só são autuados em 20% das ocorrências.

“Isso acaba dando margem para que fraudadores recomecem em outras empresas sem qualquer tipo de mancha no currículo. O que pode gerar a uma repetição do comportamento”, comenta Alessandro.

Outro ponto mostrado no estudo foram as formas mais eficientes para a identificação das fraudes, das quais os canais de denúncias apareceram como eficazes, porém, em apenas 30% das empresas são utilizados métodos eletrônicos para a prevenção e monitoramento dos casos.

“É preciso que o compliance (que são medidas dos empreendimentos que servem para garantir a segurança e padronização dos processos) seja o café da manhã das empresas. Ter um código de conduta e aplicá-lo em nossa cultura organizacional se mostra como a forma mais eficaz de prevenir fraude”, ressalta Gratão.

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