Número de pedidos de recuperação judicial aumenta 4 vezes no Ceará, em abril

Os dados são do Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian e apontam ainda que, quando observadas as recuperações judiciais deferidas, o Ceará alcançou três concessões no mês passado

O número de pedidos de recuperação judicial (RJ) aumentou de um para quatro na passagem dos meses de março para abril de 2024, no Ceará.

A quantidade se iguala ao registrado em dezembro de 2023 e é o maior patamar de requerimentos de RJ deste ano, no Estado. 

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Isso porque, em janeiro foram registrados três pedidos, seguidos de dois em fevereiro e um em março, contabilizando 10 requerimentos no acumulado de janeiro a abril de 2024.

Na comparação com abril do ano passado, a quantidade também foi maior, pois não houve pedidos de recuperação judicial à época, em território cearense. 

Os dados são do Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian e apontam ainda que, quando observadas as recuperações judiciais deferidas, o Ceará alcançou três concessões no mês passado, somando cinco no acumulado do ano, já que somente mais dois foram concluídos em fevereiro.

Apesar de a base de dados não permitir a comparação com o primeiro quadrimestre de 2023, é possível ver que de setembro a dezembro do ano passado foram 15 requerimentos de RJ e 14 deferimentos, no Estado, sendo ambos os patamares maiores do que o acumulado de janeiro a abril de 2024.

Todo este cenário mostra a situação do Ceará em relação à RJ, meio utilizado por empresas para evitar a falência.  

Mas, no caso da falência propriamente dita, o indicador aponta que foram quatro requerimentos de janeiro a abril de 2024, e duas decretações neste mesmo período.

Já na avaliação dos dados do País, abril de 2024 registrou 184 requisições, numa estabilidade de 0,5% nos pedidos de recuperações judiciais em comparação com o mês anterior.

 

Diante do exposto, Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, frisa que o número de recuperações judiciais reflete o ambiente de dificuldade financeira que as empresas estão vivendo atualmente, ainda refletindo as taxas de juros no país que, embora tenham sido reduzidas, ainda impactam os caixas das empresas, que se veem em dificuldade para se reorganizar financeiramente.

"Enquanto a inadimplência não cair, o que envolve negociações com credores e a implementação de estratégias para aumentar a receita e cumprir com pagamentos, as RJs continuarão subindo”, explica.

Nacionalmente a análise revela que o setor de serviços foi o que mais demandou por recuperações judiciais, mostrando aumento na comparação anual. Já comércio, indústria e o setor primário vieram em seguida. 

Quando se olha para o porte, no Brasil as micro e pequenas empresas (MPEs) lideraram os pedidos de recuperações judiciais, com 144 requerimentos. As grandes empresas tiveram menor expressão em abril.

Para se ter ideia, no mês passado, foram registrados 90 pedidos de falência de companhias, um crescimento de 69,8% ante abril de 2023.

A quantidade registrada foi de 53 requisições pelas MPEs, seguidas pelas médias e (24) e grandes empresas (13).

Já por segmento, as requisições de falências não foram registradas no setor primário, enquanto serviços apontou 38, comércio 33 e indústria 19.

Na visão do levantamento da Serasa Experian, um dos principais motivos para as empresas terem dificuldade em pagar suas dívidas é por sofrerem inadimplência de seus próprios clientes.

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