Ações da Petrobras caem 8% após troca na Presidência; maior queda desde março

Ações da Petrobras atingem maior queda desde que a companhia anunciou a suspensão dos dividendos extraordinários em março

As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) abriram em queda de 8% na manhã desta quarta-feira, 15, na Brasil, Bolsa, Balcão (B3), considerado o maior recuo desde que a estatal anunciou a suspensão dos dividendos extraordinários em março deste ano.

O movimento ocorre após a demissão de Jean Paul Prates da Presidência da companhia e o anúncio da engenheira Magda Chambriard para assumir o cargo.

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O mercado teme que a troca no comando da Petrobras aumente a exposição da estatal à intervenção política, segundo o especialista da GTF Capital, Felipe von Eye Corleta. "O mercado quer ouvir atentamente as propostas dela (Magda) para a política de dividendos e de investimentos."

A visão é compartilhada pelos analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins, do Goldman Sachs, os quais veem a saída de Prates como uma notícia negativa. "Acreditamos que o mercado via Prates como um bom conciliador entre os interesses dos investidores e dos governos."

Já a analista Helena Kelm, da XP, cita que o anúncio foi inesperado em meio a um contexto de elevada pressão política. "Na nossa visão, a mudança na gestão adiciona incerteza ao caso de investimento e aumenta a percepção de risco dos investidores."

"O temor do mercado é por algum presidente interventor, que altere de alguma forma a política de preços da companhia — seu principal driver de valor — ou comece a investir de forma excessiva em setores com menor margem — distribuição de combustíveis, refino e outras formas de geração de energia", acrescentou o analista de investimentos Carlos André Vieira.

A reação negativa do mercado começou na noite de terça-feira, 14, quando houve o anúncio da saída de Prates. Os certificados de ações da Petrobras negociados na bolsa americana (ADRs, na sigla em inglês) já apresentavam queda desde então.

O movimento de queda das ações da estatal poderá seguir nos próximos dias, a depender da manifestação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da própria Magda, explicou Corleta, da GTF Capital.

"Magda é vista no mercado como alguém muito próxima a atual gestão do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), e que pode aumentar os investimentos da Petrobras em refinarias e na indústria naval. Caso essa expectativa se confirme, a ação deve continuar sendo penalizada", detalhou Corleta.

No pregão desta quarta, as preferenciais da Petrobras projetaram volume negociado de R$ 15,3 bilhões, 740% acima da média dos 50 últimos pregões. A companhia foi, ainda, a maior detratora por pontos do Índice Bovespa (Ibovespa), de acordo com informações do TC.

AO VIVO | Petrobras: presidente é demitido | O POVO no Rádio 15/05/24

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