Alta de 91,7% em combustível de avião pode frear retomada do setor

Variação observada no querosene de avião no segundo trimestre de 2021 preocupa, diz a Abear

O avanço do setor aéreo que reflete no turismo nacional e local corre risco de estancar devido à alta do combustível para aviação, segundo apontou nota Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). O chamado querosene de avião (QAV) saltou 91,7% no segundo trimestre de 2021 comparado a igual período de 2020, de acordo com os dados mais recentes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

"O QAV é o item de maior ineficiência econômica para as companhias aéreas brasileiras, aliado à escalada da cotação do dólar em relação ao real, já que 51% dos custos do setor são indexados pela moeda norte-americana. O mais recente levantamento da ABEAR sobre o QAV revela que, no primeiro semestre de 2021, o preço médio do combustível na bomba, no Brasil, foi 24,6% superior do que nos Estados Unidos", aponta a nota.

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Como no caso da gasolina e do diesel, a Abear mira o ICMS no comunicado, alegando que "contribuiu para essa distorção o fato de que o Brasil é o único país do mundo que tem um tributo regional sobre o QAV".

A associação ainda aponta a diferença de tratamento entre as companhias internacionais e as brasileiras, uma vez que as com sede no exterior não pagam ICMS sobre o combustível.

"É por isso que uma viagem internacional muitas vezes é mais barata do que um voo doméstico, considerando-se distâncias similares. Um dos pilares da Abear é o alinhamento das regras brasileiras às melhores práticas internacionais, para que haja condições de igualdade na competição global que ampliem a eficiência das empresas aéreas brasileiras", protesta Eduardo Sanovicz, presidente da Abear.

Comparativos

Apesar de comparar a evolução do preço do combustível com 2020, a Abear pede ressalvas quando esse comparativo é feito sobre as tarifas aéreas, afirmando que "qualquer comparação de preços de bilhetes tendo como referência o ano de 2020 leva em consideração os menores valores históricos por causa do impacto da pandemia".

Segundo a própria Associação, "o levantamento mais recente da Anac mostra que a tarifa média aérea doméstica real do segundo trimestre de 2021 registrou queda de 19,98% em comparação com o igual trimestre de 2019, período prévio aos impactos da pandemia da Covid-19". Neste caso, o preço médio do bilhete foi de R$ 388,95, ante R$ 486,10 em 2019.

Já no ano passado, a tarifa aérea doméstica se situou em R$ 376,29, o menor preço em 20 anos.

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