Varejo farmacêutico nacional fatura R$ 66 bilhões em um ano e mira indústria de exportação

Montante representa crescimento de 14,69% nos últimos 12 meses com 2,81 bilhões de produtos farmacológicos comercializados em 910 milhões de operações

Entre agosto de 2020 e julho de 2021, o setor varejista farmacêutico no Brasil computou faturamento estimado em R$ 66,07 bilhões. Montante representa crescimento de 14,69% nos últimos 12 meses, conforme levantamento feito pela Fundação Instituto de Administração (FIA) da Universidade de São Paulo (USP) e divulgado nesta segunda-feira, 13, pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).

Segmento computa 27.476 empregos diretos e outros 162.230 postos indiretos como colaboradores no primeiro semestre de 2021 e consolida crescimento acelerado em meio a fragilidade econômica gerada pela pandemia de Covid-19. Foram 2,81 bilhões de produtos farmacológicos comercializados em 910 milhões de operações nos últimos 12 meses. 

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No evento, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga destaca o amplo potencial de crescimento do setor impulsionado pela maior demanda gerada pela pandemia de Covid-19, porém, frisa a necessidade de modernização no segmento

"É necessário que seja mantido os investimentos na área, principalmente com relação a perspectiva industrial do segmento, não apenas para o consumo e atendimento interno, mas também pensando em exportação farmacológica", destaca.

O segmento de saúde suplementar no País e a cadeia farmacológica nacional, desde a produção de medicamentos até o consumo pelos brasileiros, na visão do gestor federal de saúde representa um núcleo estratégico para o desenvolvimento do País. "Não são apenas as farmácias, temos indústrias da produção de matérias primas, de insumos, toda cadeia química, bioquímica, de atendimento", complementa. 

Queiroga frisa que a constituição de hubs de saúde devem ser estruturados em diversas regiões do País em médio e longo prazo pelo segmento ser "motor indiscutível da economia". Como impulsionadores deste cenário, o ministro pontua a perspectiva de reforma tributária específica para produção e comercialização de medicamentos, a digitalização da cadeia, com fortalecimento do comércio digital e uma maior demanda gerada pelas preocupações com a pandemia. 

Tendências de comércio para o setor

Outro fator associado ao crescimento do segmento farmacológico no País é a adesão de serviços de telemedicina. Scott Langdoc, líder global da Cadeia de Varejo da Amazon Web Services, pontua que para o setor varejista de farmácias no Brasil, a digitalização deve ser a chave para expansão. 

Entre as novas tendências que devem se consolidar nos modelos de negócios para a área estão: 

  • Dinamicidade na compra, com ampla adesão de serviços de atendimento automatizados
  • Investimento em marcas autorais
  • Atendimento personalizado e intimista com cada cliente
  • Monitoramento de dados e padrões de consumo para experiências individualizadas de compra
  • Ampliação intensa de vendas online, por site, redes sociais e plataformas de marketplace

"Os consumidores do setor estão apresentando uma demanda crescente por melhores e mais amplas experiências de consumo, seja com maior independência na compra, facilidade de pagamento, oferta de produtos direcionados para o perfil de cada cliente. Os dados terão papel central na expansão do segmento", pontua Scott. 

Investimentos centrados em experiências de consumo inovadoras, dinâmicas, independentes e com atendimento humanizado e individualizado serão os principais diferenciais entre as grandes redes do segmento. A oferta de produtos e serviços complementares e relacionados a venda de artigos farmacológico irá implementar uma reestruturação física nas farmácias existentes. 

O foco deverá ser o sentimento antes, durante e depois da compra de cada cliente. "Cada marca é diferente, mas definir claramente o conjunto completo de atividades e interações baseadas na tecnologia que podem impulsionar a fidelidade à marca, a frequência e o valor vitalício é uma prioridade crítica e diferenciador de mercado para varejistas de farmácias", reforça o especialista.

Scott detalha sete pontos cruciais de investimentos para as empresas do setor:

>> Personalização da experiência de compra associando valores a cada produto.

>> Execução otimizada de compra com pagamentos digitais e serviços automatizados.

>> Engajamento e consulta de sobre cada consumidor das redes, buscando novos serviços requeridos para melhorar a experiência do cliente.

>> Privacidade, agilidade e segurança nas formas de pagamento.

>> Oferta de entregas dinâmicas, em horários diversos e com consulta prévia ao consumidor devem ser implementadas retorno da empresa com agradecimento ao consumidor pela compra como estratégia de fidelização.

>> Ações de consulta sobre a experiência do cliente com o produto e serviço contratado para criação de banco de dados que guiem reformulações nas unidades de venda.

"Outra perspectiva de crescimento para o segmento é a adoção de métricas de sustentabilidade, de responsabilidade social e no uso de dados para otimizar e aumentar a eficiência dos varejos", complementa.

Ele reforça a necessidade de um monitoramento constante do comportamento dos clientes, especialmente dos motivos que os levam a não comprar algo na unidade como forma de construir um modelo de negócios adaptável a cada padrão de comportamento, seja por região ou por grupo especifico de consumidores. 

"Quanto mais fortalecido estiver o varejo, mais impulsionado será toda cadeia produtiva daquele segmento", complementa ao relacionar as perspectivas de reestruturação industrial da cadeia farmacológica no Brasil com o aumento do consumo dos produtos no País e em eventuais transações econômicas de exportação. 

 

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