Alunas criam luz antirruído para ajudar colega autista

Três alunas criaram um dispositivo que serve como alerta quando o ambiente está muito barulhento; projeto ajudou a melhorar as notas de colega autista

Três alunas que estavam no segundo ano do Ensino Médio criaram um dispositivo que serve como alerta para avisar quando o barulho do ambiente supera 85 decibéis.

O projeto nasceu após o barulho da sala de aula em que estudavam atrapalhar o desempenho escolar de um colega de sala que possui Transtorno do Espectro Autista (TEA).

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As estudantes Beatriz da Silva Lara, Beatriz Angélica Ferreira Barros e Maria Eduarda Silva Augusto, da Escola Estadual Ângelo Scarabucci, em Franca, no interior de São Paulo, desenvolveram o projeto, que ficou entre os finalistas da Feira Brasileira de Ciências e Tecnologia (Febrace).

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Além disso, foi uma das vencedoras do Prêmio Ciência Para Todos, uma parceria entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Fundação Roberto Marinho em 2023.

“Eu tenho parentes com TEA e um irmão que tem perda auditiva, então eu sei todo o sofrimento que isso causa. Me aproximei do Wesley no primeiro ano, quando a gente não era da mesma sala ainda, e ele comentava que o barulho incomodava muito. A coordenadora sempre falava que ele tinha crises dentro e fora da escola por conta disso”, disse Beatriz da Silva Lara ao Metrópoles.

Desempenho da turma também melhorou com a luz antirruído 

Beatriz explicou que, após a instalação do dispositivo, a turma também melhorou as notas e a concentração em sala de aula.

“Por mais que o professor chamava atenção para a gente ficar em silêncio, parecia que a aula não rendia. O dispositivo ajudou os outros alunos também, porque a aula começou a render mais, e a gente entendeu porque o professor reclamava”.

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Psicólogos também conversaram com a turma sobre a TEA e a sensibilidade em relação aos ruídos e sons muito altos, como uma forma de conscientizar os jovens.

Projeto da luz antirruído deve se estender para outras turmas

As estudantes desenvolveram o projeto em uma disciplina eletiva de Iniciação Científica, e elas precisaram aprender noções de robótica e programação.

O projeto deu tão certo que a escola já pensa em instalar em outras turmas.

“Tem um aluno do 6° Ano que está com o mesmo problema. Ele é novato, e está sofrendo muito. Então a coordenadora chamou a gente e falou ‘vocês vão ter que dar um jeito nessa turma também”, contou uma das alunas responsáveis pelo dispositivo.

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