Acumuladores: hábito de guardar até objetos inúteis pode ser transtorno compulsivo

Você provavelmente conhece alguém que gosta de guardar - melhor, acumular - itens inúteis. Entenda o problema

Revistas, recipientes de comida, cabos, xícaras, latas, potes de plástico e ferramentas de jardinagem. São inúmeros os objetos que você pode encontrar na casa de uma pessoa com e sem transtorno de acumulação compulsiva.

A diferença é que, na moradia de quem tem essa síndrome, todos - literalmente, todos - os tipos de utensílios são estocados, sejam eles em bom estado ou destruídos, e existe uma grande difiuldade em se livrar de coisas que não têm valor. 

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O transtorno de acumulação não faz distinção entre os gêneros, cultura ou condição socioeconômica.

Segundo pesquisa da Associação Americana de Psquiatria, o problema afeta pelo menos 2,6% da população mundial, com porcentagens maiores em pessoas com mais de 60 anos e diagnósticos psquiátricos, como ansiedade ou depressão.

Outra característica importante é o forte impulso de comprar ou colecionar objetos de graça.

Em entrevista à BBC News, a professora Christiana Bratiotisda Escola de Trabalho Social da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, afirma que o impulso de adquirir e guardar objetos tem relação com a ligação emocional que os acumuladores estabelecem com os utensílios.

Segundo a pesquisadora, alguns de seus pacientes lhe dizem que uma coleção de ferramentas significa tanto para eles quanto "sua própria irmã". E que se separar daquilo seria como cortar todos os laços com a peça.

Para Christiana, não existe uma causa única para este distúrbio. "Não é apenas biologia evolutiva, não é apenas genética ou neurobiologia, mas todas essas coisas desempenham um papel", afirma ela.

Há inúmeros riscos relacionados a esta prática. Entre eles, risco de incêndio, de lesões e de infestação. 

Pesquisas sugerem que, em mais de 50% dos casos, o quadro pode surgir entre pessoas entre 11 e 20 anos. Ele pode se manifestar em guardar objetos que outros possam considerar como lixo.

Até hoje, não existe conhecimento sobre a "cura" do transtorno de acumulação compulsiva.

O tratamento da síndrome acontece por meio de terapia cognitivo-comportamental especializada na condição, além de intervenções que possam reduzir a gravidade e o impacto de suas consequências e melhorar a qualidade de vida de quem sofre com o problema. 

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