O que é Ratanabá? Entenda teoria sobre cidade perdida

Você sabe o que é Ratanabá? Ela realmente existe? Quer saber a teoria sobre a cidade perdida? Leia o nosso artigo aqui.

O termo Ratanabá foi progressivamente abordado nas redes sociais. O nome é atribuído a uma teoria infundada de uma cidade com mais de 450 milhões de anos, perdida no meio da Amazônia Brasileira.

O boato foi divulgado pelo site Dakila Pesquisas, instituição sem qualquer vinculação com universidades ou órgãos de pesquisas oficiais. O instituto ainda defende ideais como a Terra plana e se posiciona contra as vacinas.

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De acordo com o Google Trends, ferramenta que mostra termos buscados em um passado recente, a Ratanabá apresentou um salto de pesquisas entre os dias 5 e 11 de junho de 2022. O termo ainda se tornou assunto frequente no TikTok e Twitter.

Quer saber mais sobre a suposta cidade de Ratanabá? Por que ela foi tão comentada? Continue lendo e confira!

O que é Ratanabá na Amazônia?

Ratanabá, na Amazônia, seria uma cidade futurista, muito desenvolvida e escondida que guardaria a “capital do mundo”. Ela estaria relacionada com as origens da humanidade.

Ela teria existido há 450 milhões de anos e hoje estaria enterrada entre três pirâmides na região entre o Amazonas, Pará e Mato Grosso.

Ratanabá seria um Império, fundado pela civilização Muril, que é considerada a primeira a habitar a Terra há 600 milhões de anos.

A história conta que existe uma rota de túneis subterrâneos que se estendem por toda a América do Sul e se ligam à Ratanabá.

Uma das entradas dos túneis estaria escondida dentro do Forte Príncipe da Beira, que está localizado em Costa de Marques, Rondônia.

Além disso, os túneis que interligam os pontos da América do Sul, não estariam apenas ligando ela, mas o mundo inteiro, no qual os grandes líderes realizam encontros para discutir sobre o destino da riqueza que a Amazônia estaria escondendo.

Qual o significado da palavra Ratanabá?

Ratanabá significa cidade perdida.

Quem são os Ratanabá?

Ratanabá seria a cidade perdida que foi fundada pela civilização Muril, onde grandes líderes do mundo realizam encontros para discutir sobre as riquezas e a humanidade.

Forte Príncipe da Beira: a passagem para Ratanabá

O Forte Príncipe da Beira, como mencionado anteriormente, está localizado no município da Costa Marques, em Rondônia.

Ele possui muros arqueológicos construídos em pedras que se misturam com a vegetação e possuem um portal de 1,2 metros de altura.

É verdade sobre Ratanabá, cidade perdida na Amazônia?

Vários pesquisadores e arqueólogos afirmam que Ratanabá não existe devido a diversos fatores, por exemplo:

Há 350 milhões de anos nem mesmo os dinossauros existiam, então não existiria uma civilização há 450 milhões de anos;

Várias discussões afirmam que Ratanabá é maior que a Grande São Paulo. Entretanto, no século XVI, as cidades mais populosas do mundo, provavelmente, eram Turquia e Istambul, por exemplo;
O Forte Príncipe da Beira foi utilizado para as disputas de fronteira entre Espanha e Portugal, no século XVIII.

Por que Ratanabá, a cidade perdida na Amazônia, se tornou viral?

Apesar da recente repercussão na internet, o instituto Daiki divulga a teoria da cidade submersa há mais de 10 anos.

Ratanabá, a cidade perdida na Amazônia, se tornou viral em 2022
Ratanabá, a cidade perdida na Amazônia, se tornou viral em 2022 (Foto: Freepik)


Segundo seus pesquisadores, Ratanabá é de grande interesse de ONGs e empresários estrangeiros, sendo cobiçada, inclusive, por Elon Musk. É provável que o assunto tenha sido intensificado pelo desaparecimento de Dom Phillips e de Bruno Pereira.

O jornalista britânico e o indigenista brasileiro teriam desaparecido em junho de 2022, enquanto faziam uma viagem pelo Vale do Javari, segunda maior terra indígena do país, com 8,5 milhões de hectares, no extremo oeste do Amazonas.

Outro fator que pode ter influenciado a ascensão das pesquisas pelo termo foi a visita de Elon Musk ao Brasil. Em maio do mesmo ano, o bilionário se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro, além de outros políticos e empresários.

O objetivo da visita foi para negociar a instalação do Starlink, projeto que objetiva oferecer internet banda larga via satélite em todo o mundo, na Amazônia. Nas redes sociais, o influenciador Felipe Neto se pronunciou sobre a repercussão da teoria.

"Que possam existir registros de civilizações antigas, ok. Mas daí a criarem teoria da conspiração de que Elon Musk, ONGs e bilionários pelo mundo querem explorar a cidade de 450 milhões de anos submersa na Amazônia…Isso é coisa de gente com parafuso a menos", escreveu, em seu perfil no Twitter.
Desaparecimento Dom Phillips e Bruno Pereira

Dom Phillips, colaborador do jornal inglês The Guardian, e o indigenista Bruno Pereira, que é servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), foram visitar, com a Equipe de Vigilância da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), a localidade Lago do Jaburu, que fica a 15 minutos da comunidade de São Rafael.

Entretanto, ambos desapareceram e várias pessoas afirmam que foi uma emboscada. Muitos acreditam que a divulgação de teorias sobre Ratabaná surgiram para encobrir os acontecimentos.
Redes bolsonaristas e a fake news de Ratanabá

Vários bolsonaristas divulgaram teorias conspiratórias sobre a existência de Ratanabá, como o ex-secretário de Cultura de Jair Bolsonaro, Mários Frias.

Ele fez uma série de postagens para justificar a existência da cidade perdida: que espera mais informações para entrar no vale encantado e que pode ser a maior descoberta dos últimos tempos.

Lendas sobre cidades perdidas na Amazônia já existiam

As histórias de cidades perdidas na Amazônia já existiam, com diferentes nomes e distintas teorias. Por exemplo, como o famoso Eldorado e Paititi.

E outras cidades escondidas entre as árvores em localidades inabitáveis que guardariam civilizações futuristas.

Outras teorias da conspiração além de Ratanabá

Urandir Oliveira, líder do Instituto, já possui histórico de outras teorias infundadas, que foram refutadas na mídia brasileira. A mais notória foi em 2010, após divulgar publicamente que mantinha diálogo com um extraterrestre chamado "ET Bilu".
Em português, o ser teria levado mensagens para a Terra. O caso teve repercussão em rede nacional, principalmente pela Rede Record.


Publicamente antivacina e terraplanista, Oliveira já declarou ter comprovado que a Terra não é esférica, e sim convexa. Além disso, prestou apoio ao movimento contra a vacina da Covid-19. Ele alegou que não seria "cobaia" de vacinas que não têm eficácia comprovada.
O líder do Daiki já foi reconhecido por Jair Bolsonaro. Desenvolvedor da tese de que a “Amazônia não queima”, seus pensamentos foram inspiração para o discurso de Jair Bolsonaro na abertura da Assembleia Anual da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2020.
Urandir ainda chegou a ser recebido pelo ex-secretário da Cultura de Bolsonaro, Mário Frias, em Brasília.

Conclusão

Diante de todas as suposições sobre Ratanabá e outras cidades perdidas na Amazônia, podemos notar que várias pessoas apoiam as teorias da conspiração e que são infundadas.

Entretanto, existem estudiosos e pesquisadores que tem comprovação histórica que Ratanabá não poderia existir. Portanto, é sempre importante buscar as fontes de todas as informações que aparecem nas redes sociais e na internet.

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