Proliferação de capivaras causa prejuízos a produtores rurais na RMF, diz superintendente do Ibama

Os principais afetados pela situação são os pequenos produtores rurais de Guaiúba

A proliferação de capivaras em Guaiúba e Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza, tem causado prejuízos para produtores rurais da área, de acordo com Deodato Ramalho, novo superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Ceará.

“Com a ausência de predadores e com a facilidade de procriação, [...] a tendência é que isso pode se avolumar de tal forma que inviabilize a atividade agrícola nessas regiões”, explica Deodato. “São animais de muita presença no entorno de lagos, lagoas e açudes. Eles destroem as plantações e impactam a própria pesca”.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

Os principais afetados pela situação, conforme o superintendente, são os pequenos produtores rurais de Guaiúba. O município é um dos fornecedores de bananas para a Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa-CE). “A informação que se tem é que a proliferação das capivaras já está causando um grande prejuízo, além de ter um problema de saúde pública, porque o animal [a capivara] é hospedeiro do carrapato responsável pela febre maculosa.”

Vale ressaltar que as capivaras não transmitem a febre maculosa para os humanos. A transmissão ocorre, exclusivamente, por meio da picada de carrapatos infectados pela bactéria Rickettsia rickettsii. Ou seja, o contato entre humanos e capivaras não causa danos à saúde.

O que acontece é que os carrapatos-estrelas — principais responsáveis pela transmissão — costumam se hospedar, principalmente, em capivaras e cavalos. Então, caso uma pessoa entre em contato com algum animal que tenha o carrapato no corpo, ela pode ser picada.

Apesar disso, Kellyn Cavalcante, doutora em saúde pública e articuladora do grupo técnico da zoonoses da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (Sesa), diz que não é possível afirmar que a proliferação de capivaras vai aumentar o número de carrapatos infectados e, consequentemente, os índices da doença.

De acordo com ela, o Ceará teve apenas cinco casos confirmados de febre maculosa em 2023 e nenhum óbito foi registrado. “Já faz uns dois ou três meses que tem cinco casos confirmados. Não aumentou. Não tivemos agravamento da doença.”

Ela ainda explica que as medidas de prevenção e controle são baseadas em evitar o acesso a locais com a presença de carrapatos. “A gente sempre pede para que evitem essa exposição e, se [ela] for necessária, que vista equipamentos de proteção individual, blusas de mangas compridas, roupas claras — para enxergar o carrapato — , calças compridas, botas e sapatos fechados. [Além disso], a gente até orienta que se utilize uma fita adesiva no final da calça.”

Caso uma pessoa apresente sintomas da doença após a exposição, é preciso procurar uma unidade de saúde de forma imediata.

Quais os sintomas da Febre Maculosa?

  • Febre;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Náuseas e vômitos;
  • Diarreia e dor abdominal;
  • Dor muscular constante;
  • Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés;
  • Gangrena nos dedos e orelhas;
  • Paralisia dos membros. Inicia-se nas pernas e vai subindo até os pulmões, o que causa uma parada respiratória.

Com informações do repórter Gabriel Gago/Especial para O POVO

ERRAMOS: Diferente do informado na primeira versão da matéria, os municípios cearenses que mais abastecem com bananas a Ceasa-CE são: Palmácia, Redenção, Aratuba, Limoeiro do Norte, Quixeré e Baturité.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Capivaras proliferação de capivaras produtores rurais febre maculosa

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar