Novo superintendente do Ibama no Ceará busca desvincular imagem do órgão a ações punitivas

O novo superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Ceará, Deodato Ramalho, traça como principais ações iniciais a questão da pesca e licenciamento ambiental

O novo superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Ceará, Deodato Ramalho, pretende desvincular a imagem do órgão das ações punitivas e aproximar das ações educacionais. A declaração foi feita nesta segunda-feira, 7, quando tomou posse do cargo em uma cerimônia de solenidade, que aconteceu na sede do Ibama Ceará, em Fortaleza.

Deodato é advogado e foi secretário municipal do Meio Ambiente de 2009 à 2012, durante a gestão de Luizianne Lins (PT).

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“Um órgão de controle e fiscalização só aparece, midiaticamente ou para o público em geral, com essas ações [punitivas], que são importantes”, diz Deodato. “Mas, nós temos aqui um trabalho fantástico, um outro braço que é o da educação ambiental, nas suas mais variadas formas”. 

A autarquia federal, conforme o novo superintendente, possui grupos de prevenção de queimadas — o Prevfogo — e de qualificação e capacitação para pescadores. Mas, uma das pretensões da nova gestão, é ampliar essas ações educativas. “Orientar para não precisar punir. O foco que eu coloco de tirar a ideia do Ibama como um órgão punitivo é justamente para isso, para que ninguém tenha a desculpa que não tinha a informação”.

Deodato conta um sonho. “Sonho um dia que, quando um carro do Ibama chegar em qualquer canto do estado do Ceará, as pessoas não corram com medo. Ao contrário, que as pessoas façam festa com a chegada de um fiscal”, diz.

"O Ibama realiza um trabalho de proteção à natureza. Do ponto de vista econômico, é importante que as pessoas entendam que não podemos, lembrando daquela fábula infantil, matar a galinha dos ovos de ouro”, encerra.

Projeto Abaeté promove a defesa do Rio da Onça

Neto Braga, ou Braga Jaguaribe, como prefere ser chamado, de 57 anos, é criador do projeto Abaeté - que significa "homem verdadeiro" na língua indígena. A causa de Braga é pela conservação do Rio da Onça (o Jaguaribe). Ele iniciou a luta em 2010. À época, Neto era secretário de Meio Ambiente do município de Iguatu. 

O projeto visa a  transformar o Rio uma excelência na formação do ser humano, do ser Honrado, do ser Honesto, do ser Humilde e do ser Hospitaleiro, são esses quatro pilares que formam o Homem com H maiúsculo, plantado por Patativa do Assaré.

Segundo o ativista, o Rio Jaguaribe está "um verdadeiro lixão". "Uma verdadeira miscelânea. Se você quiser montar uma casa é melhor ir buscar no Rio. Lá tem geladeira, sofá, fogão, tudo de podre jogado dentro do Rio, além de esgotos caindo (sem nenhum tratamento). Sem contar o Hospital Regional e as indústrias. Nenhum respeito à vida, nem ao nosso manancial hídrico".

Em concordância com as posições do novo superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Ceará, Deodato Ramalho, Braga afirma que é preciso conscientizar a sociedade acerca da problemática. Ele pondera que é preciso "uma visão verdadeira do órgão e ser rígido", disse.

"Se o 'cabra' tá ferindo, que seja chamada ordem, que seja multado. Sem um temor no bolso, eles continuam na mesma procedência. Então, a gente tem que fazer com que o Ibama chegue e atue nessa área", completou. Para Neto, uma alternativa cabível seria impactar o bolso das pessoas com multas altas. (Colaborou Gabriel Damasceno/Especial para O POVO)

 

 

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