Comerciantes de Chorozinho fecham as portas após supostas ameaças de facção

Mensagens virtuais determinavam o luto no município em razão da morte de um rapaz que estava desaparecido e ordenavam que os proprietários de comércios encerassem as atividades na terça-feira, 9

Atualizada às 11h2min

Os comerciantes de Chorozinho, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), fecharam as portas na terça-feira, 9, depois de mensagens virtuais de uma suposta facção criminosa que estava de luto pela morte de um criminoso. As mensagens ordenavam que os proprietários permanecessem sem funcionar por um dia. A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) afirma, em nota, que se trata de boato com intuito de gerar desinformação no município. 

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A mensagem diz o seguinte: "Chorozinho de luto. Venho através desse comunicado que todos os comércios, lojas e etc tem até meio-dia para fechar tudo e só retornem funcionar (SIC) amanhã pós (SIC) a cidade está de luto. Agradecemos a colaboração de todos. Família Chorozinho".

O Ministério Público do Ceará (MPCE), por meio de nota, manifestou apoio às Polícias Militar e Civil de Chorozinho e afirma que grande parte do comércio não funcionou em razão das ameaças virtuais feitas supostamente por integrantes de facções criminosas. "Nesse contexto, o MPCE apoia as corporações, que estão garantindo a segurança pública na cidade e a integridade da população", divulgou.

O MPCE informou que está recebendo denúncias sobre as ameaças. "O órgão ministerial garante sigilo absoluto do denunciante. A denúncia anônima é de relevante importância nesse momento, pois pode contribuir sobremaneira para as investigações, inclusive em relação às ameaças feitas virtualmente", informou. 

De acordo com um morador que preferiu não se identificar, a ordem partiu de facções e teria relação com uma morte em Chorozinho, onde o corpo foi encontrado em estado de decomposição. A vítima seria um rapaz que estava desaparecido há três dias. Ele possuía antecedentes criminais e usava tornozeleira eletrônica. 

Apesar de não saber da veracidade do caso, os comerciantes fecharam as portas. Alguns funcionários confirmaram a situação, no entanto, preferiram não comentar o caso. Em alguns perfis de redes sociais, dos estabelecimentos comerciais, houve o comunicado aos clientes de que o funcionamento seria encerrado naquele dia. 

SSPDS 

 

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS/CE) informa que a Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE) apura supostas ameaças compartilhadas por aplicativos de mensagens no intuito de gerar desinformação e espalhar boatos na cidade de Chorozinho, na Área Integrada de Segurança 25 (AIS 25) do Ceará. Além da parte investigativa e de inteligência, o município também teve o policiamento ostensivo reforçado com 18 viaturas, entre elas, do Comando de Policiamento de Choque (CPChoque), do Comando de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio) e do Batalhão de Policiamento de Prevenção Especializada (BPesp) da Polícia Militar do Ceará (PMCE).

Com o emprego de composições do BPEsp, a SSPDS ressalta que a PMCE visa fortalecer os laços de confiança com a população, com um trabalho de aproximação e de gestão de conflitos, coibindo a prática de crimes. Nesta quarta-feira (10), o comércio da cidade está funcionando normalmente.

 

Denúncias

 A população pode contribuir com as investigações repassando informações que auxiliem os trabalhos policiais. As informações podem ser direcionadas para o telefone (85) 33319-1237, da Delegacia Metropolitana de Chorozinho.

 As informações podem ser encaminhadas ainda para o número 181, o Disque-Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), ou para o (85) 3101-0181, que é o número de WhatsApp, por onde podem ser feitas denúncias via mensagem, áudio, vídeo e fotografia. O sigilo e o anonimato são garantidos.

Aquiraz 

 

Há dois meses, os comerciantes de Aquiraz fecharam as portas após extorsões e ameaças. Os mercadinhos e demais estabelecimentos comerciais paralisaram as atividades no dia 23 de setembro. Eles não teriam como pagar valores exigidos por criminosos. A Polícia intensificou as ações no local. 

Fortaleza

 

Em Fortaleza, os empresários receberam ligações exigindo "pedágio" para funcionar.  A Polícia Civil realizou investigação e descobriu que o contato era feito de dentro de um presídio no Rio de Janeiro, mas frisou que o detento não seria ligado a facções criminosas. 

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