Homem fraturou nariz de neta porque não concordou com horário de limpeza da residência, diz Polícia
Idoso de 62 anos tem histórico de agressão domésticaO homem de 62 anos que foi preso pela Polícia Civil por agredir a neta, de 21 anos, tem histórico de agressão doméstica. De acordo com a investigação, ele agredia a ex-esposa, avó da vítima, quando morou no Pará, e a ex-companheira, já no Ceará. Polícia aponta que após casos de violência moral, o agressor partiu para violência psicológica e física. O crime aconteceu após discussão sobre horário da limpeza da casa.
Delegada titular da Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza (DDM-F), Rena Moura explica que o caso foi tratado com prioridade após vítima registrar Boletim de Ocorrência (BO). De acordo com ela, a vítima chegou a pedir abrigo, já que a casa onde reside é do avô. Ele, no entanto, fugiu após descobrir que a neta divulgou o crime nas redes sociais.
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Assine"A vítima foi encaminhada para a rede de atendimento e foi requerido ao Poder Judiciário a medida protetiva de urgência para proteção e integridade", afirma a delegada. "É um caso emblemático de violência contra a mulher. É um agressor reincidente que começa com a violência moral, passa para violência psicológica e violência física que pode chegar a um feminicídio".
Prisão
Após a denúncia, a vítima prestou depoimento na Delegacia de Defesa da Mulher de Caucaia, responsável pela investigação. Ela foi atendida em uma unidade médica e o Poder Judiciário acatou o pedido protetivo. A partir disso, a Polícia Civil mapeou os possíveis endereços onde ele poderia estar escondido.
O homem foi encontrado na casa de um familiar, no bairro Presidente Kennedy, em Fortaleza. A prisão foi realizada pela equipe da Delegacia de Defesa da Mulher de Caucaia, por volta das 21 horas dessa quinta-feira, 3. Ele já respondia por lesão, ameaça e injúria.
As vítimas
A delegada titular da Delegacia de Defesa da Mulher de Caucaia, Joela Oliveira, afirma que o aposentado não reagiu à abordagem policial. O suspeito disse não lembrar de ter agredido fisicamente a neta, e disse que as discussões aconteciam porque ele "não era respeitado" por elas. Além da neta de 21 anos, na casa viviam ainda outra neta - prima da vítima - e uma filha dele.
"Há cerca de quatro anos ele convidou as netas para viver aqui com ele, e iniciou um novo ciclo de violência. As agressões eram por meio de violência moral, ameaças", relata a delegada. "A vítima conta que ele as chamava de imbecis e vagabundas, e que essa teria sido a primeira vez que ele agrediu fisicamente". Ainda de acordo com a investigação, todas as mulheres da casa, com quem ele vivia, sofriam abuso moral e psicológico.
"O que motivou (o crime) foi a limpeza da casa. Ele não permitia que elas varressem a casa à noite por superstição", revela a delegada. "Foram vários socos seguidos. A menor gravou a ação para provar para a família que as agressões aconteciam, mas ela solta o telefone para sair em defesa da vítima". A neta de 21 anos teve o nariz fraturado.
As agressões começaram cerca de um ano após a chegada das netas ao Ceará. "Ela disse que a personalidade dele era essa, por qualquer motivo", diz a delegada Joelma Oliveira. As netas teriam aceitado vir morar com ele no Estado pelas possibilidade de trabalho na Grande Fortaleza. A vítima é autônoma e trabalha vendendo algodão doce aos fins de semana.
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