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Homem fraturou nariz de neta porque não concordou com horário de limpeza da residência, diz Polícia

Idoso de 62 anos tem histórico de agressão doméstica
14:35 | Set. 04, 2020
Autor Rubens Rodrigues
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Rubens Rodrigues Repórter do OPOVO
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Tipo Notícia

O homem de 62 anos que foi preso pela Polícia Civil por agredir a neta, de 21 anos, tem histórico de agressão doméstica. De acordo com a investigação, ele agredia a ex-esposa, avó da vítima, quando morou no Pará, e a ex-companheira, já no Ceará. Polícia aponta que após casos de violência moral, o agressor partiu para violência psicológica e física. O crime aconteceu após discussão sobre horário da limpeza da casa.

Delegada titular da Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza (DDM-F), Rena Moura explica que o caso foi tratado com prioridade após vítima registrar Boletim de Ocorrência (BO). De acordo com ela, a vítima chegou a pedir abrigo, já que a casa onde reside é do avô. Ele, no entanto, fugiu após descobrir que a neta divulgou o crime nas redes sociais.

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"A vítima foi encaminhada para a rede de atendimento e foi requerido ao Poder Judiciário a medida protetiva de urgência para proteção e integridade", afirma a delegada. "É um caso emblemático de violência contra a mulher. É um agressor reincidente que começa com a violência moral, passa para violência psicológica e violência física que pode chegar a um feminicídio".

Prisão

Após a denúncia, a vítima prestou depoimento na Delegacia de Defesa da Mulher de Caucaia, responsável pela investigação. Ela foi atendida em uma unidade médica e o Poder Judiciário acatou o pedido protetivo. A partir disso, a Polícia Civil mapeou os possíveis endereços onde ele poderia estar escondido.

O homem foi encontrado na casa de um familiar, no bairro Presidente Kennedy, em Fortaleza. A prisão foi realizada pela equipe da Delegacia de Defesa da Mulher de Caucaia, por volta das 21 horas dessa quinta-feira, 3. Ele já respondia por lesão, ameaça e injúria.

As vítimas

A delegada titular da Delegacia de Defesa da Mulher de Caucaia, Joela Oliveira, afirma que o aposentado não reagiu à abordagem policial. O suspeito disse não lembrar de ter agredido fisicamente a neta, e disse que as discussões aconteciam porque ele "não era respeitado" por elas. Além da neta de 21 anos, na casa viviam ainda outra neta - prima da vítima - e uma filha dele.

"Há cerca de quatro anos ele convidou as netas para viver aqui com ele, e iniciou um novo ciclo de violência. As agressões eram por meio de violência moral, ameaças", relata a delegada. "A vítima conta que ele as chamava de imbecis e vagabundas, e que essa teria sido a primeira vez que ele agrediu fisicamente". Ainda de acordo com a investigação, todas as mulheres da casa, com quem ele vivia, sofriam abuso moral e psicológico.

"O que motivou (o crime) foi a limpeza da casa. Ele não permitia que elas varressem a casa à noite por superstição", revela a delegada. "Foram vários socos seguidos. A menor gravou a ação para provar para a família que as agressões aconteciam, mas ela solta o telefone para sair em defesa da vítima". A neta de 21 anos teve o nariz fraturado.

As agressões começaram cerca de um ano após a chegada das netas ao Ceará. "Ela disse que a personalidade dele era essa, por qualquer motivo", diz a delegada Joelma Oliveira. As netas teriam aceitado vir morar com ele no Estado pelas possibilidade de trabalho na Grande Fortaleza. A vítima é autônoma e trabalha vendendo algodão doce aos fins de semana.

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