Ceará: alunos realizam intercâmbio virtual com estudantes da Finlândia
Iniciativa foi idealizada pelos professores Rildo Reis, do Centro Cearense de Idiomas de Baturité, e Tuija Kae, da instituição finlandesa
Os alunos do Centro Cearense de Idiomas (CCI) de Baturité, a 98,24 km de Fortaleza, realizam um intercâmbio virtual com estudantes da Sotunki High School, localizada na cidade de Vantaa, na Finlândia.
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Como o projeto surgiu
Os encontros ocorrem pelo Google Meet, por meio do projeto Global Classroom Teletandem, que conecta estudantes brasileiros e finlandeses em encontros virtuais para praticar a conversação e trocas culturais.
A iniciativa foi idealizada pelos professores Rildo Reis, coordenador do CCI de Baturité, e Tuija Kae, da instituição finlandesa, que se tornaram amigos em 2020, quando participaram de um intercâmbio promovido pela Fulbright, nos Estados Unidos.
“Nos conhecemos no primeiro encontro em Washington, antes de seguirmos para a Universidade de Syracuse, em Nova Iorque. Lá, tivemos inúmeras oportunidades de dialogar, trocar experiências e planejar projetos futuros”, relembra Rildo à Seduc.
Durante a pandemia, os docentes iniciaram as interações virtuais entre os estudantes de ambos, com momentos de trocas linguísticas e culturais on-line. A partir dessas iniciativas iniciais, o projeto foi se consolidando.
Quatro edições da iniciativa já foram realizadas. A mais recente foi promovida entre estudantes dos CCIs de Baturité e Quixadá, em maio último. Ao todo, 30 brasileiros e finlandeses participaram da ação.
“Aprender um idioma vai muito além da sala de aula”, diz aluna
Conforme a Secretaria da Educação do Estado do Ceará (Seduc), a abordagem pedagógica do tipo Teletandem é um modelo de intercâmbio on-line, que usa tecnologias para permitir a interação entre pessoas que se encontram geograficamente separadas, propiciando o aprendizado de línguas estrangeiras entre falantes de idiomas diferentes.
São realizadas atividades de quebra-gelo — para descontrair os jovens, apresentações em grupo e discussões abertas sobre temas atuais e relevantes, como meio ambiente, biodiversidade e sustentabilidade.
Segundo Rildo, os resultados são expressivos. Os alunos relataram avanços significativos na fluência, vocabulário e confiança ao falar inglês, além de maior entendimento sobre questões ambientais e respeito às diferenças culturais.
“Ao aproximar estudantes brasileiros e finlandeses, o projeto promove a empatia, o respeito à diversidade e o uso autêntico da língua estrangeira, preparando nossos jovens para atuarem em um mundo cada vez mais globalizado”, afirma ele à Seduc.
Egressa do CCI de Baturité em 2024 e agora estudante da unidade Jóquei, na Capital, Letícia Almeida conta que a experiência lhe ofereceu uma “nova perspectiva” sobre o inglês.
“Foi a minha primeira experiência nesse formato e, sem dúvida, uma das mais marcantes da minha trajetória escolar (…) É algo que agrega de maneira significativa, tanto para o desenvolvimento acadêmico, quanto para o amadurecimento pessoal dos estudantes”, diz.
Ela continua: “Sou imensamente grata por ter feito parte dessa iniciativa e levo comigo aprendizados que certamente farão diferença no meu futuro”, afirma a aluna em matéria da Seduc.
Alunos do CCI de Quixadá, a 169,61 km de Fortaleza, também foram contemplados com a iniciativa. É o caso de Vitória Saldanha, que atualmente cursa a 2ª série do Ensino Médio na EEMTI Governador César Cals, no município.
Vitória declara que valoriza a oportunidade, pois assim, conhece outra cultura, entende a rotina dos estudantes finlandeses e compartilha também a própria realidade que vive.
“No começo fiquei um pouco nervosa de falar, mas com o tempo percebi que essa troca era justamente o que me ajudava a ganhar mais confiança e fluência (…) Essa vivência me mostrou que aprender um idioma vai muito além da sala de aula, é sobre se comunicar, se abrir para o novo e enxergar o mundo de uma forma diferente”, ressaltou a jovem à Seduc.
Ailana Vidal, concludente do curso de Inglês do CCI em 2024 e Transtorno do Espectro Autista (TEA), encontrou uma oportunidade no projeto para superar a timidez e exercitar o entrosamento, além de assimilar o novo idioma.
“Foi muito legal conhecer pessoas de outro país, que falam um bom inglês. Achei um pouco engraçado, pois eu e meus colegas ficamos com medo de errar algumas palavras. Daí, meus colegas também perguntaram se falaram corretamente. Foi muito bom ter a oportunidade de ver as diferenças dos lugares, os costumes, e fazer novas amizades”, conta a aluna.