UFC cria formulário para questionar alunos sobre segurança nos campi
O questionário é dividido em sete categorias e as perguntas variam entre qual campus o aluno frequenta, curso, gênero, etnia, idade, turno, entre outros
A Universidade Federal do Ceará (UFC) está enviando um questionário sobre a segurança de seus campi aos alunos da instituição. O objetivo é coletar informações acerca das instalações de cada campus e fazer um primeiro apanhado de opiniões para subsidiar discussões em torno de novas medidas.
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Alunos da universidade relatam casos de insegurança nos campus do Benfica, Porangabussu e Pici. Estudantes chegaram a fazer protestos pedindo mais segurança na região dos campi.
Questionário poderá ser respondido até setembro
O questionário ficará disponível para ser respondido por alunos, professores e técnicos administrativos até meados de setembro.
A enquete foi enviada no e-mail institucional dos alunos no Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA). A plataforma gerencia informações e processos acadêmicos, como matrículas, notas, frequência, entre outros, tanto para alunos quanto para professores e servidores da UFC.
O documento, obtido pelo O POVO, é dividido entre sete categorias: Perfil; Violências efetivamente sofridas e presenciadas; Receio ou temor; Sentimento de insegurança; Medidas de precaução; Acesso à informação e Opinião/avaliação.
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As perguntas variam entre qual campus o aluno frequenta, curso, gênero, etnia, idade, turno, forma de mobilidade na instituição, há quanto tempo trabalha ou estuda na UFC e tipo de violência sofrida.
“Após isso, haverá a fase de análise dos dados. A partir dos resultados da análise, será desenvolvida uma estratégia contendo ações de curto, médio e longo prazo relacionadas à temática da segurança no contexto da universidade”, diz a UFC.
“A Superintendência de Infraestrutura da UFC reforça que a participação da comunidade acadêmica no preenchimento do questionário é fundamental para esse processo", informou a organização em nota.
Alunos relatam sensação de insegurança em campus da UFC
Um aluno do curso de Engenharia de Energias Renováveis, que não quis se identificar, confessa que não acha a segurança do campus do Pici confiável.
“Apesar de ter guardas, já rolaram vários casos de assédio, furtos e até assaltos, sendo um deles mais recente com troca de tiros”, diz.
Ele conta que, apesar de nenhuma situação de perigo ter acontecido com ele, amigos já passaram por situações desagradáveis e os relatos entre conhecidos são parecidos.
“À noite, a situação piora bastante, principalmente por causa da iluminação precária e da falta de uma guarda mais preparada. Acho que o ideal seria melhorar a estrutura de segurança como um todo com mais iluminação, câmeras e vigilância mais qualificada”, finaliza.
Um estudante de Ciências Biológicas, que não será identificado, diz que no período noturno, o campus do Pici fica muito escuro e que isso facilita a prática de atos criminosos.
“O policiamento por lá é fraco, os seguranças não têm ação efetiva quando algo acontece e, estando há 2 anos lá, não vi nada mudar de maneira evidente. Não fico lá até mais tarde e não conheço quem fique, mas todo mundo sabe que, depois de 19 horas, todo cuidado é pouco”, alerta o jovem.