Com média de 10 mortes por dia, Ceará tem mês mais violento desde 2020

Ao todo, Estado registrou 320 homicídios no mês passado. Nos quatro primeiros meses, ocorreram 1.139 assassinatos, pior início de um ano no Ceará desde 2020

O Ceará teve no último mês de abril, 320 homicídios, conforme dados divulgados nesta sexta-feira, 10, pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Com média de 10,66 assassinatos por dia, abril foi o mês com mais homicídios no Estado desde novembro de 2020.

Em relação a abril do ano passado, houve um aumento de 47,46% no Ceará no número de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), que são as somas de homicídios dolosos, feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.

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Os municípios que compõem a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) tiveram os resultados mais críticos do Estado em abril. Ao todo, ocorreram 104 assassinatos na região, de acordo com a SSPDS. A última vez que a RMF havia ultrapassado a marca de 100 homicídios em um mês havia sido em abril de 2020.

Os dois maiores municípios da região, Caucaia e Maracanaú, tiveram, respectivamente, 26 e 22 homicídios. Maracanaú também registrou recorde no número de CVLIs em abril: também foi o mês mais violento no município desde 2020.

Fortaleza, por sua vez, registrou 81 homicídios, aumento de 41% em relação a abril de 2023. A região mais violenta da cidade em abril foi a Área Integrada de Segurança (AIS) 3, onde ficam bairros como Messejana, Jangurussu e Conjunto Palmeiras. Os 16 assassinatos registrados no mês passado, porém, estiveram próximos da média de 15,25 homicídios por mês que a AIS 3 tem neste ano.

Já a AIS 7 (onde ficam Aerolândia, Edson Queiroz, Parque Dois Irmãos e mais 12 bairros), com 15 assassinatos, teve no mês passado o mês mais violento já registrado desde 2022.

No Interior, ocorreram 135 assassinatos em abril. Maranguape (15 homicídios), Sobral (11 homicídios), Juazeiro do Norte (8 homicídios), Itapipoca (8 homicídios), Guaiúba (7 homicídios) e Cascavel (6 homicídios) foram os municípios com o maior número absoluto de assassinatos em abril depois de Fortaleza, Caucaia e Maracanaú.

Ao todo, nos quatro primeiros meses do ano, o Ceará registrou 1.139 assassinatos, um aumento de 20.27% em relação ao mesmo período do ano passado, quando ocorreram 947 homicídios. Também desde 2020, o Estado não tinha um começo de ano tão violento.

Entre os dados ainda divulgados nesta sexta-feira, 10, pela SSPDS também estão os números de mortes decorrentes de intervenção policial, que não entram na estatística de CVLIs por serem considerados excluídos de ilicitude. Em abril, ocorreram nove mortes em ações policiais, conforme a SSPDS. Em todo o ano, esse número é de 63.

Confira nota da SSPDS acerca das estatísticas divulgadas nesta sexta:

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informa que mantém seus esforços direcionados a reduzir os indicadores de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) em todo o território cearense. Para tanto, é realizado um alinhamento entre o trabalho ostensivo, investigativo e de inteligência.

Direcionados por estudos da Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp), o gestor da SSPDS, Samuel Elânio, participou de encontros nos últimos dias com representantes da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) e da Polícia Militar do Ceará (PMCE), na Região Metropolitana de Fortaleza e em municípios do interior. Em pauta, a ampliação do reforço de segurança nessas regiões.

Destaca-se ainda, que por meio de abordagens preventivas e investigações, o Ceará registrou o aumento de 5,2% nas apreensões de arma de fogo, conforme o painel dinâmico da Supesp. Nos três primeiros meses de 2024, foram recolhidas 1.661 armas de fogo. No mesmo período, em 2023, as Forças de Segurança apreenderam 1.578 armas.

A SSPDS ressalta também a atuação do Grupo Integrado de Inteligência e Investigação, composto por equipes dos setores de inteligências da SSPDS e da PCCE, com apoio da inteligência da Polícia Militar do Ceará (PMCE). O grupo realiza capturas, visando o fortalecimento do combate aos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) em todo o território cearense, uma vez que tem como uma de suas atribuições investigar e elucidar ocorrências de homicídios.

Como resultado desse trabalho contínuo, a cidade de Fortaleza obteve, em 2023, a terceira menor taxa de latrocínios no ranking das dez capitais mais populosas do Brasil, aponta uma pesquisa da Supesp, com apoio de dados da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com os dados compilados no ranking, entre os meses de janeiro e dezembro de 2023, a cidade de Fortaleza apresentou 0,34 ocorrências a cada 100 mil habitantes. A taxa registrada no período é metade do número que havia sido registrado no ano anterior, quando a taxa era de 0,74 casos por 100 mil habitantes. Latrocínio é um dos indicadores que compõem os CVLIs.

Por fim, lembramos que a população pode contribuir com as investigações repassando informações que auxiliem os trabalhos policiais. As denúncias podem ser realizadas por meio do número 181, o Disque-Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), ou para o (85) 3101-0181, que é o número de WhatsApp, por onde podem ser feitas denúncias via mensagem, áudio, vídeo e fotografia. O sigilo e o anonimato são garantidos.

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