Facção cearense enviava R$ 20 mil por mês para criminoso escondido em Goiás

Felipe é apontado por homicídios registrados após um racha da facção GDE e recebia valores da organização criminosa, há quatro meses, para se manter em Goiás

A investigação da Polícia Civil do Ceará, por meio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) identificou e prendeu integrantes da facção Guardiões do Estado (GDE) que fugiram de Fortaleza  para Goiás após um racha da facção.

Durante as oitivas, os policiais civis identificaram que a facção GDE enviava R$ 20 mil por mês para manter um dos indivíduos. Dois acusados foram presos em Goiás nos dias 28 e 29 e encaminhados ao Ceará nesta quarta-feira, 2.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

Segundo a delegada Patrícia Gonçalves, da 1ª Delegacia do DHPP, Felipe Pereira Silva, conhecido como Felipe Cabeça, de 31 anos, e Mateus Andrade Pinheiro, o Kikita, foram alvos de mandado de prisão expedidos em janeiro deste ano, após a investigação da delegacia especializada.

No começo do ano, na área da AIS 1, especificamente no Vicente Pinzon, houve um racha da GDE, parte do grupo tornou-se massa. Houve uma série de mortes na região. O Felipe é apontado como mandante de crimes e tinha como comparsa o Kikita.

Felipe possui antecedentes criminais por homicídio, organização criminosa, receptação, roubo, crime contra a administração pública, porte ilegal de arma de fogo, adulterar identificação de veículo automotor e desacato. Já o Kikita, responde por roubo, porte ilegal de arma de fogo e associação criminosa. 

Os policiais civis do Ceará viajaram à Goiás e realizaram diligências para a captura dos suspeitos. Felipe, ao perceber a presença dos agentes de segurança, tentou se desfazer dos aparelhos celulares, mas os equipamentos foram apreendidos. 

"Para ele se manter lá recebia recursos daqui (Ceará). Ele falou que recebia em torno de R$ 20 mil, mas com a extração dos aparelhos pode ser que a gente descubra mais informações", ressalta a delegada.  Como estava há quatro meses, ele deve ter recebido em torno de R$ 80 mil. 

Após o raxa da facção, Felipe chegou a viajar para São Paulo, antes de chegar em Goiás e estava na cidade de Luziânia há aproximadamente quatro meses. Ele evitava sair de casa e vivia em uma residência mobiliada, mas sem luxos, aponta a autoridade policial. 

Já o Mateus viajaria para o Rio Grande do Sul nesta semana. A delegada optou por não informar o motivo das viagens e de Felipe escolher Goiás para se esconder, pois as investigações estão em andamento. 

O trabalho do DHPP teve o apoio da Polícia Civil do Distrito Federal. Ambos estão em presídios cearenses. De acordo com o diretor do Departamento de Homicídios, delegado Ricardo Pinheiro, outros dois indivíduos, que estavam reclusos no sistema penitenciário, também foram alvos de mandados de prisão referente a esse caso. 

Racha no Vicente Pinzon: cinco pessoas foram mortas em seis dias 


Em reportagem do dia 12 de abril de 2023, O POVO divulgou que o bairro Vicente Pinzon era mais um a ter um racha de facção e foram registrados cinco homicídios em seis dias. 

O início dessas mortes aconteceu com a tentativa de homicídio de Daniel Júnior dos Santos Batista, o Júnior Play. Essa morte teria sido a mando de Felipe Cabeça. 

A reportagem do O POVO descreveu a situação de que Felipe era GDE, mas havia rompido com a organização criminosa e se tornado Massa. E dois dias depois da tentativa de homicídio contra Junior, um familiar de Felipe Cabeça foi vítima de tentativa de execução. 

Chefes de facção fogem para outros estados após racha de facção 

O racha entre as facções foi motivo de homicídios em Caucaia (Região Metropolitana de Fortaleza e em bairros da capital como Barra do Ceará, Jangurussu e motivou a chacina da Sapiranga

O caso de Felipe Pereira, que fugiu do Vicente Pinzon para Goiás, no intuito de se proteger, não é o único. Neste ano, O POVO também noticiou a prisão de Danilo de Sousa Rios, o Ferrari, que também fugiu do Ceará após o racha de facção. Danilo rasgou a camisa da facção e passou a integrar a Massa

Ele fugiu para Santa Catarina e foi preso pela Delegacia de Repressão às Ações Organizadas (Draco).  O homem estava morando em um apartamento de luxo avaliado em R$ 2 milhões e possuía um carro Jaguar, de aproximadamente R$ 300 mil.

 

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Segurança Pública Ceará prisões organização criminosa homicídios e racha de faccção

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar