Manchas de óleo em praias no Ceará não têm relação com tsunami na Oceania

O material encontrado no litoral do Ceará se trata de matéria orgânica marinha. Hipóteses incluem acidente proveniente de exploração petrolífera e estudo apontou que manchas de óleo não têm relação com tsunami

As manchas de óleo recentemente encontradas no litoral cearense não tem relação com o tsunami ocorrido na Oceania. É o que aponta estudo realizado pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e divulgado nesta sexta-feira, 4. Já outra análise comprova que o material encontrado não é o mesmo que surgiu nas praias do litoral do Nordeste em 2019. Os resultados mostram, no entanto, que a substância presente nas praias cearenses se trata de amostras de petróleos originados de matéria orgânica marinha.

O primeiro estudo foi desenvolvido pelo Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da UFC. Segundo os pesquisadores, a estação maregráfica vinculada ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), localizada no porto do Mucuripe, em Fortaleza, não apresentou variações no nível do mar após o tsunami provocado pela erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Haapai, em Tonga. O fenômeno aconteceu no último dia 15 de janeiro.

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Segundo o IBGE, houve somente uma pequena variação nos dados de pressão atmosférica, registrados na estação localizada no Porto do Pecém entre 13 e 17 de janeiro de 2022. No entanto, não há evidência sobre a variação do nível do mar em decorrência da erupção do vulcão.

Manchas de óleo em praias do Nordeste em 2019

Outra pesquisa desenvolvida em conjunto pelo Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (IGEO/UFBA), pela Universidade Estadual do Ceará (Uece) e com o Ibama-CE evidenciou que a atual substância encontrada nas praias cearenses não se trata do mesmo material oleoso coletado nas praias do litoral do Nordeste em 2019, que possui biomarcadores característicos de petróleo venezuelano.

Os resultados foram obtidos após coleta de amostras pela Uece, no dia 31 de janeiro. A análise foi feita com material coletado nas praias do Pontal de Maceió, em Fortim; Sabiaguaba, em Fortaleza; Porto das Dunas, em Aquiraz; e Cumbe, em Aracati. No mesmo dia, à frente de trabalho liderada pelo IBAMA/CE coletou amostras nas praias do Batoque, em Aquiraz; Barra Nova, em Cascavel; Pontal de Maceió, em Fortim; Parajuru, em Beberibe; e na Sabiaguaba, em Fortaleza.

Os resultados mostram que o material se correlaciona com amostras de petróleos originados de matéria orgânica marinha. Segundo as Instituições, essas substâncias se originam em algumas bacias da margem continental do Brasil e teriam sido levadas à zona costeira cearense pela corrente marítima. Entre as possibilidades para o surgimento do material oleoso, estão: 1) petróleo expelido do fundo do mar. 2) acidente, fruto de perfuração em processo de exploração/produção petrolífera. 3) acidente provocado por navio em procedimento de transporte de óleo.

Confira o laudo completo do estudo realizado pelo Labomar, da UFC. Acesse também os resultados da análise feita pela UFBA, em parceria com a UECE e com o IBAMA, clicando aqui.

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