Vencedores de concurso de redação são premiados pela Fundação Demócrito Rocha

Texto escrito por aluna do município de Tauá foi eleito o vencedor do concurso "Redação Enem: chego junto, chego a 1.000"

Uma cerimônia de premiação, realizada na manhã desta quarta-feira, 8, marcou o encerramento de mais uma edição do concurso “Redação Enem: Chego Junto; Chego a 1.000”. Ao todo, 23 alunos saíram como vencedores da etapa regional, tendo como premiação um smartphone para cada um deles. Os autores dos três melhores textos, vencedores da etapa estadual, ainda foram contemplados com notebooks.

O concurso é uma das ações do Enem Mix. A iniciativa é resultado da parceria entre a Fundação Demócrito Rocha (FDR) e a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), que visam preparar estudantes da rede pública estadual para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

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A redação vencedora deste ano foi escrita por Maria Lorrany Alves, 17, aluna da Escola Estadual de Educação Profissional Monsenhor Odorico de Andrade, em Tauá. O tema da redação, em 2021, foi "A banalização do holocausto nos dias atuais e os efeitos na sociedade moderna".

A ação é direcionada a estudantes do terceiro ano do ensino médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). O tema é escolhido por meio de sorteio, com base em inforreportagens do O POVO. Lorrany relata que o material publicado no Jornal, sobre o tema do concurso, foi fundamental para o seu sucesso.

"Foi uma surpresa pra mim, eu não esperava ganhar. Li a reportagem sobre o tema, que também dava dicas de filmes que falavam sobre o assunto. Me ajudou muito", relata a jovem.

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A professora de letras Elcimária Diniz descreve a felicidade de ver o trabalho de sua aluna, Maria Lorrany, ser prestigiado. A educadora explica que os temas das redações sempre geravam debates no colégio, o que ajudou a capacitar os alunos. "Fomos construindo esse caminho com eles (os estudantes). Trabalhamos aos poucos cada um dos temas propostos, além da estrutura da redação. Emoção sem explicação, muito feliz por ela e pela nossa escola", afirma.

Luciana Dummar, presidente do Conselho Curador da FDR, destaca a força do Estado na área educacional, e exalta os profissionais de educação pelo trabalho realizado durante os últimos dois anos. "Você não muda uma geração, assim, tão rápido, mas o Ceará é uma referência. Temos que respeitar o trabalho que é feito na educação desse Estado, essas pessoas são incansáveis, realmente, fiquei muito emocionada em vê-los", destaca.

Para Jucineide Fernandes, secretária executiva do Ensino Médio e Profissional da Seduc, a realização do programa diante do cenário pandêmico merece ser exaltada: "É uma iniciativa que faz parte da nossa parceria com a FDR, envolve várias ações dentro do Enem Mix. O programa foi muito importante nos últimos dois anos, em que conseguimos reorganizar o programa de forma remota".

Durante o concurso, os alunos receberam correções online de suas redações, com feedbacks de professores especializados. Neste ano, mais de 22 mil redações foram enviadas, destas, 3.523 concorreram efetivamente com o envio de textos dissertativo-argumentativos sobre o tema sorteado para este ano.

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Enem Mix

O "Redação Enem: chego junto, chego a 1.000!" é parte do programa Enem Mix, que serve de preparação e motivação para alunos das escolas públicas da rede estadual.

Outras iniciativas como aulões, corridas de rua e concursos artísticos também são promovidos pelo programa, é o que explica Raymundo Netto, coordenador do Enem Mix e gerente editorial e de projetos da FDR.

"É um conjunto de iniciativas que têm por objetivo favorecer o maior ingresso de alunos das escolas públicas estaduais na universidade. Para isso, nós fazemos várias ações, como a preparação para o exame em si, que é feito por meio de material didático, distribuído para esses alunos", relata.

A plataforma Enem Mix oferece mais de 1.500 cursos aos estudantes. Uma das ações de maior destaque do programa são os aulões promovidos em diversos municípios do Interior, que não foram realizados em sua plenitude devido à pandemia. Entretanto, a expectativa é de que, em 2022, os aulões e outras ações possam ser ampliadas.

"Esses anos foram tremendamente desafiadores por conta da pandemia. 2022 vai ser importantíssimo para o projeto. Queremos ampliar, inclusive, fazer muitas ações presenciais, se a pandemia permitir, promover muitos aulões e palestras motivacionais por todo o Estado", destaca Marcos Tardin, gerente-geral da FDR.

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Confira a lista dos três primeiros colocados:

1º lugar

Estudante: Maria Lorrany P. Alves de Oliveira
EEEP Monsenhor Odorico de Andrade
Pontuação: 3.000

2º lugar

Estudante: Maria Letícia Pereira Dos Santos
EEEP Professor Moreira de a Sousa
Pontuação: 3.000

3º lugar: Jamylle Gomes Benício
EEM Huet Arruda
Pontuação: 2.960

(O critério de desempate utilizado foi a redação que apresentou o menor números de erros gramaticais)

Redação vencedora:

A banalização do Holocausto nos dias atuais e os efeitos na sociedade moderna.

Maria Lorrany P. Alves de Oliveira
Maria Lorrany P. Alves de Oliveira (Foto: Thais Mesquita)

Por: Aluna: Maria Lorrany Pereira Alves de Oliveira
Turma: 3ª A - Administração

A obra cinematográfica “O Pianista” retrata o sofrimento vivido por um músico polonês que presenciou sua família sendo assassinada no campo de concentração de Treblinka durante a Segunda Guerra Mundial. Entretanto, apesar desse acontecimento ter sido um triste marco na história da humanidade, nos dias atuais, há a banalização do Holocausto e seus efeitos. Essa situação degradante ocorre não só em razão do negacionismo por parte da população, como também pelo distanciamento interpessoal. Assim, medidas são imprescindíveis para sanar tal impasse.

Primeiramente, vale ressaltar que o negacionismo contribui com a banalização e perpetuação das consequências do Holocausto na contemporaneidade. Sob esse viés, o filósofo grego Platão narrou o intitulado “Mito da Caverna”, no qual homens acorrentados viam somente sombras na parede, acreditando, portanto, que aquilo era a realidade das coisas. Dessa forma, é notório que, em situação análoga à metáfora abordada, a sociedade negligencia a realidade dos campos de concentração e suas trágicas consequências tanto no passado como nos dias atuais, passando a viver na ignorância, sem querer enxergar as marcas deixadas por esse triste acontecimento na sociedade. Logo, é evidente que esse marco deve ser compreendido e respeitado pela população.

Outrossim, o individualismo e a falta de empatia são outros fatores a serem abordados. Segundo o filósofo prussiano Immanuel Kant, “os indivíduos devem agir conforme o dever moralmente correto, levando em consideração a existência do outro”. Porém, esse princípio, chamado de imperativo categórico, não é plenamente executado pela sociedade, visto que a maneira como as pessoas tratam os acontecimentos da Holocausto contradiz com a moral de respeito para com as pessoas que perderam seus familiares naquele triste episódio. Nesta perspectiva, serve de exemplo a atitude errônea, na qual o indivíduo faz brincadeiras de mau gosto, fora do contexto, degenerando o genocídio. Dessa forma, nota-se que esse desrespeito deve ser desestimulado.

Mediante o exposto fica evidente que o Holocausto não deve ser banalizado. Para tanto, é necessário que o Governo, em parceria com a mídia, informe à população sobre as barbaridades cometidas pelos nazistas, por meio de palestras e publicações nas redes sociais, para que tal acontecimento não seja negligenciado pela população. Além disso, cabe à escola, realizar rodas de conversa com os alunos, enfatizando a empatia para com o próximo, permitindo a consolidação do imperativo categórico. A partir de ações como essas espera-se que realidades, como a que foi vivenciada pelo pianista, não sejam mais banalizadas.

Professora de Língua Portuguesa: Maria Elcy de Sousa
Professor de Redação: Elcimária Diniz de Freitas Mariano
Escola: E.E.E.P. Monsenhor Odorico de Andrade
Crede: 15
Data: 01/10/2021

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