Colégio dos Bombeiros conquista 86 medalhas em competições nacionais de Astronomia e Astronáutica

Um total de 86 medalhas foram conquistadas na Olimpíada Brasileira de Astronomia e na Mostra Brasileira de Foguetes de 2021

Do 1º ano do ensino fundamental ao 2º ano do ensino médio, alunos do Colégio Militar do Corpo de Bombeiros do Ceará (CMCB) de todas as séries foram premiados nas maiores competições de Astronomia e Astronáutica do País. Ao todo, foram 86 medalhas conquistadas na Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) e na Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG) de 2021.

Nos últimos cinco anos, 370 medalhas foram conquistadas por alunos do CMCB nas duas competições estudantis. Segundo o portal do Governo do Estado do Ceará, os números mostram um desempenho acima da média quando comparado com escolas das redes municipal, estadual e federal do Ceará, sendo compatível, ainda, com o de algumas escolas particulares mais tradicionais do Estado.

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Por conta do desempenho positivo na OBA deste ano, 10 alunos foram convocados para a pré-seleção para as Olimpíadas Internacionais de Astronomia. Com isso, somam-se 36 convocações a estudantes do CMCB nos três anos anteriores.

Preparação

O processo de preparação dos alunos foi feito à distância por conta do contexto de pandemia pelo novo coronavírus. As aulas aconteceram via Google Meet, ferramenta de comunicação por vídeo, além do canal AstronomicaMENTE, criado em março do ano passado com a finalidade de dar continuidade às atividades pedagógicas voltadas para a disciplina de astronomia na escola.

“Decidi pegar o programa da OBA e adotá-lo como referência. Passei a trabalhar com aquele conteúdo focado na olimpíada, que acontece em maio. Então, passamos a desenvolver um projeto que pega o início do ano e foca até maio na OBA, já que é um programa de introdução à astronomia e casava perfeitamente com o que a gente precisava”, explica o professor Romário Fernandes, professor de astronomia do Colégio do Corpo de Bombeiros do Ceará.

Os encontros ocorriam tanto de forma síncrona, por meio de lives, quanto assíncrona por meio de vídeos curtos, gravados com o foco voltado para temas específicos que possibilitaram consulta do aluno em qualquer ocasião. A aluna Isabele Estrela, uma das 86 medalhistas e que está cursando o 2º ano do Ensino Médio, começou a estudar astronomia desde o 7º ano do Ensino Fundamental, possuindo quatro medalhas de ouro e uma de prata até o momento. Ela precisou se preparar para a OBA durante o período de pandemia.

“A gente se dedica a alguns projetos, mas sempre do começo do ano até a execução da prova, a OBA é o principal, tendo aulas semanais no contra turno e dedicando parte do tempo de estudo à astronomia. Quanto à pandemia, inicialmente foi bem difícil se adaptar, principalmente pela falta do convívio, mas com o tempo vim percebendo uns benefícios dos quais vou sentir falta no EaD, que seriam ter mais liberdade para fazer minha própria rotina de estudos e até dedicar mais tempo a matérias extracurriculares, como a astronomia”, explica a jovem.

Outra aluna medalhista, que cursa o 9º ano do Ensino Fundamental e possui duas medalhas de ouro e uma de prata, é a adolescente Helen da Silveira. Ela conta que prefere o ensino presencial por questão de foco e de poder tirar as dúvidas de forma mais efetiva quando precisa. "No começo foi um pouco difícil, pois era uma coisa totalmente nova e tive que me adaptar, mas foi um processo rápido. Não é novidade as aulas online não serem tão boas quanto as presenciais, principalmente por causa da questão da concentração, mas sempre que eu não conseguia entender os conteúdos dados na aula, eu procurava outras formas de aprender, como as vídeos-aula no YouTube, que foram e ainda são super úteis", explica.

Como resultado do ouro conquistado neste ano na OBA, Helen atribui que a principal fonte de preparação veio do professor Romário: "As aulas e as atividades do professor Romário foram as minhas principais fontes de estudo para a OBA", completa.

Disciplina curricular

Desde 2016, o Colégio Militar do Corpo de Bombeiros (CMCB) possui uma disciplina curricular obrigatória de astronomia na grade curricular do Ensino Fundamental 2. Por conta disso, a escola tem recebido, nos últimos cinco anos, resultados relevantes nas diferentes competições estudantis relacionadas à matéria.

"A gente coloca os alunos para fazer foguetes de garrafa pet, onde o desafio é fazê-lo voar o mais longe possível, só usando bomba de encher pneu de bicicleta e água, onde eles conseguem fazer o lançamento de 100 e até 200 metros. Isso exige todo um estudo, uma coisa bem mais prática", explica o professor.

Além disso, os alunos já participaram de concurso de redação e de desenho com temática astronômica, onde são desenvolvidos projetos diferentes que visam trabalhar astronomia sob diversos primas, exigindo diversos tipos de habilidades. A disciplina é obrigatória no o 7º ano do ensino fundamental, onde, após isso, fica a critério do aluno continuar ou não aprendendo a temática.

"A coisa é tão instigante e atrai tanto os alunos que a partir do 8º ano tem astronomia quem quer. Eu tenho alunos no 2º ano do ensino médio que nunca deixaram de participar e de estarem ligados ao projeto", completa Romário.

Além das 334 medalhas na OBA e das 36 na MOBFOG, o CMCB obteve 32 condecorações na Olimpíada Nacional de Ciências, bem como dois prêmios nacionais no Concurso Astronomia em Mãos, um prêmio nacional no Concurso de Astronomia para Estudantes do Laboratório Nacional de Astrofísica e uma menção honrosa na Eratosthenes Photo Competition, promovida pela Ellinogermaniki Agogi.

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