Secretaria dos Recursos Hídricos desmente fake news sobre aporte do Castanhão

Mensagem que circula em grupos de WhatsApp afirma, de maneira enganosa, que a água do reservatório estaria sendo mal utilizada

Um comunicado falso intitulado de "A máfia das águas no açude Castanhão" circula, por meio das redes sociais, afirmando que a água do maior reservatório de água do Ceará está sendo desperdiçada, além de alegar que as indústrias do Pecém seriam as maiores responsáveis por tal problema.

De maneira errônea, a mensagem afirma que a siderúrgica localizada no Pecém consome 1.500 litros de água por segundo, e que a termelétrica do município estaria utilizando outros mil litros, além de uma refinaria que utilizaria outros mil litros por segundo, totalizando 3.500 litros para as indústrias.

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A Secretaria dos Recursos Hídricos do Ceará (SRH-CE) esclarece que o consumo de água da siderúrgica do Pecém jamais chegou a 1.500 litros por segundo, mas que a quantidade real é três vezes menor, sendo de 500 litros por segundo. A Secretaria explica ainda que as termelétricas da região estiveram paralisadas durante o primeiro semestre de 2021. Por fim, a SRH afirma que não há refinarias na região.

Atualmente, o Castanhão está com 13,10% da sua capacidade total. O falso comunicado afirma que o Açude poderia ter alcançado até 30% de sua capacidade se não fosse o uso inadequado das águas. A SRH afirma que as águas do São Francisco estão sendo transferidas para o Sistema Metropolitano para cumprir o que está na Outorga: garantir o abastecimento humano da Grande Fortaleza.

A transferência é uma deliberação do Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Ceará (Conerh), instância máxima do Setor de Recursos Hídricos. O Conerh é composto por representantes dos governos estadual e municipais, da sociedade civil, da indústria, do setor agropecuário, universidades, entre outros.

Em abril, o Castanhão teve parte de sua capacidade transferida para atender a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), em medida tomada pela Companhia Cearense de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh). A ação envolve o volume de água fornecido pelo Projeto de Integração do São Francisco (PISF) que, desde o dia 10 de março, é uma das fontes de abastecimento do Açude.

O objetivo da transferência é evitar o desabastecimento da RMF, uma vez que as chuvas estavam abaixo da média. Com a medida, o estoque de água deve ser o suficiente para os anos de 2021 e 2022.

Abastecimento

A Secretaria de recursos hídricos afirma que nenhuma cidade do Vale do Jaguaribe apresenta, hoje, problemas de abastecimento humano, além de esclarecer que o consumo na região Metropolitana vem crescendo em função do crescimento vegetativo da população, bem como em decorrência da pandemia da Covid-19, que obrigou as pessoas a ficarem mais reclusas em casa.

A SRC explica, ainda, que as indústrias também estão submetidas à tarifa de contingência durante o longo período de escassez. A tarifa elevada cobrada da indústria possibilita subsídio à agricultura irrigada, que paga tarifa simbólica pela água que consome.

A Fake News também afirma que o Governo do Estado teria aumentado a vazão que sai do açude para que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não tivesse êxito em acabar com a seca no sertão. Porém, em março, o secretário Francisco Teixeira já havia esclarecido que as águas do Velho Chico não teriam influência suficiente para alterar o cenário que se apresenta no Castanhão.

"O aporte resultante das vazões aduzidas a partir do projeto São Francisco serve apenas para manter o Castanhão em um certo equilíbrio entre suas perdas, ou seja, não é uma vazão suficiente para aumentar substancialmente o volume do Açude. No máximo, vai manter o nível durante esse período em que as evaporações são menores", explica.

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