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Explosão no porto de Beirute: acidentes desse porte podem acontecer no Ceará?

Estado detém dois grandes terminais portuários com sistema de armazenamento de combustíveis, mas locais não apresentam risco de tragédia
16:15 | Ago. 06, 2020
Autor Gabriela Almeida
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Gabriela Almeida Repórter O POVO
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Tipo Notícia

A explosão no porto de Beirute, capital do Líbano, que ocorreu na última terça-feira, 4, levantou um debate acerca dos riscos da instabilidade de materiais que estão armazenados em regiões portuárias. Nesse contexto, o Ceará poderia estar "sob perigo", uma vez que detém dois grandes terminais portuários com sistema de tancagem (armazenamento de combustíveis) - mas possibilidade de explosão desse porte ocorrer no Estado foi afastada por especialistas.

O produto suspeito de ter causado o acidente em Beirute foi um fertilizante chamado nitrato de amônio, utilizado na indústria agropecuária e que pode ser usado na fabricação de explosivos. Guardado em um armazém, ele foi “ativado” após um incêndio acidental ter se espalhado no local - o que provocou a tragédia.

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Iran Vieira, coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo do Ceará (Sindipetro), explicou a Rádio O POVO CBN nesta quinta-feira, 6, que esse tipo de produto não está armazenado no Porto do Mucuripe, em Fortaleza, nem no Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, o que elimina a possibilidade de um acidente ser provocado por ele.

No entanto, o especialista lembrou que esses locais - apesar de não terem materiais explosivos, armazenam petróleo e seus derivados, que contém hidrocarboneto. De acordo com Iran, esse composto químico é um produto inflamável, material que tem facilidade de entrar em combustão, e por isso se torna perigoso.

Manuseio e sucateamento

Iran garantiu que, mesmo com riscos, nunca houve acidentes de portes extremos nos portos do Estado, uma vez que o manuseio dos produtos é feito de forma responsável e "segura". O especialista ainda buscou tranquilizar a população que mora em regiões portuárias do Ceará, afirmando que ela "não corre perigo" de vivenciar uma explosão como a que atingiu a capital libanesa - nem de ser vitimada por outros acidentes químicos.

Em contrapartida, ele fez um alerta para o fato de a Petrobrás estar sendo vendida em "fatias" pelo Governo Federal. De acordo com Vieira, as empresas que forem assumindo partes da estatal podem não se comprometerem com os mesmos cuidados tomados no manuseio dos produtos - o que pode elevar a possibilidade de acidentes.

“Nós temos que ter atenção é com aquilo que o Governo Federal está fazendo com a Petrobras: sucateamento e venda desenfreada que pode fazer com que as empresas que comprem não dêem atenção devida aos níveis de segurança que a empresa precisa", pontua o especialista.

Relembre acidente

Na última terça-feira, 4, vídeos de uma explosão em Beirute começaram a circular na internet. As informações preliminares dadas pela imprensa libanesa era de que se tratava de um incêndio acidental que ocorreu em um armazém e provocou a queima de explosivos - o que explicou o impacto e o alcance do acidente.

As informações foram posteriormente confirmadas, com a notícia de que dezenas de pessoas haviam sido mortas ou feridas. Imagens registradas por locais - como a de uma empregada doméstica salvando uma criança - começaram a ser divulgadas e circular rapidamente nas redes sociais.

Até esta quinta-feira, 6, o governo do país havia divulgado que a explosão deixou cerca de cinco mil feridos, mais de 100 mortos e desabrigou mais de 260 mil pessoas. Além disso, também foi confirmado que há pessoas desaparecidas.

Veja imagens de como a cidade ficou após explosão:

Clique na imagem para abrir a galeria

 

 

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