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Parentes procuram desaparecidos em meio aos escombros após explosão em Beirute

Mais de cem pessoas continuam desaparecidas depois do incidente que devastou a área portuária da capital do Líbano nessa terça-feira, 4
13:20 | Ago. 05, 2020
Autor Redação O POVO
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Tipo Notícia

Equipes de resgate no Líbano estão fazendo buscas por mais de cem pessoas desaparecidas após a explosão que devastou a área portuária de Beirute nessa terça-feira, 4. Depois do incidente, muitos parentes percorrem as ruas em busca de familiares desaparecidos em meio aos escombros. As informações são da BBC News.

Dados oficiais dizem que mais de cem pessoas morreram e outras 4 mil ficaram feridas com o ocorrido. Milhares de pessoas descreveram cenas de pânico e caos que se sucederam às explosões.

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O chefe da Cruz Vermelha do Líbano, George Kettani, disse que se trata de uma "enorme catástrofe". "Há vítimas por toda parte", afirmou. O governo deve declarar estado de emergência por duas semanas nesta quarta-feira, 5. Além disso, luto oficial será decretado por três dias. A cidade inteira sentiu a explosão, que provocou uma enorme nuvem em formato de cogumelo.

O presidente Michel Aoun disse que a explosão foi provocada pelo armazenamento inadequado de 2.750 toneladas de nitrato de amônio, um produto usado em fertilizantes e explosivos.

"Ainda havia fumaça subindo no céu no meio da noite. A cidade inteira estava escura. Era muito difícil caminhar, as pessoas estavam cobertas em sangue", disse a jornalista Sunniva Rose, que está em Beirute.

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Buscas no Instagram

Na internet, familiares também se organizam na busca por desaparecidos. Uma conta no Instagram chamada Locate Victims Beirut (Localize Vítimas em Beirute, em tradução livre) já contava mais de 89 mil seguidores até a manhã desta quarta-feira, 5.

A conta tem publicado fotos, nomes e telefones de pessoas que ainda estariam desaparecidas. Alguns procuram parentes que foram levados a hospitais. Há relatos ali de desaparecidos que já foram localizados, mas outras pessoas sequer têm notícias sobre seus familiares desde a explosão.

Jornalista tem entrevista interrompida

Uma repórter da BBC Arabic (serviço em árabe da BBC), Maryem Taoumi, estava fazendo uma videoentrevista com um representante da Agência de Energia Sustentável do Marrocos e, de repente, foi surpreendida pela força da explosão.

Nas imagens, é possível ver uma grande nuvem de fumaça adentrar o local onde Maryem está, acompanhada de um forte estrondo. Sem parecer entender o que acontece, o entrevistado mostra o celular para outra pessoa que está com ele, que tenta solicitar ajuda.

Relatos da explosão

Uma das testemunhas da explosão, Hadi Nasrallah estava relativamente perto do local e disse à BBC que viu vidro caindo por todos os lugares por onde passou.

"Eu vi o fogo, mas ainda não sabia que haveria uma explosão. Então nós entramos. De repente, eu perdi minha audição porque aparentemente eu estava perto demais. Eu perdi a audição por uns segundos, e eu sabia que alguma coisa estava errada", relembra.

Segundo Hadi, "literalmente por toda Beirute, havia pessoas telefonando para outras; todas elas estavam passando pela mesma coisa: vidros quebrados, prédios tremendo e uma explosão barulhenta".

A designer Huda Baroudi disse que a explosão a empurrou por alguns metros "Eu estava confusa e toda coberta em sangue. Isso me trouxe memórias de outra explosão que eu testemunhei na embaixada dos Estados Unidos em 1983."

A correspondente da BBC Lina Sinjab disse que sentiu a onda de energia provocada pela explosão de seu apartamento, que fica a cinco minutos de carro do porto. "Meu prédio chacoalhava, estava prestes a cair. Todas as janelas abriram com a força."

Como ocorreu

A explosão aconteceu pouco depois das 18 horas de Beirute (11 horas da manhã em Brasília) na terça-feira, 4, depois de um incêndio no porto. A explosão foi sentida a 240 quilômetros de distância, no Chipre, país que fica no Mediterrâneo. Muitos acharam que se tratava de um terremoto.

A imprensa local disse que pessoas estavam presas nos destroços e um vídeo mostrava carros destruídos e prédios danificados. Os hospitais da cidade lotaram.

 

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