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Adufc Sindicato condena plano emergencial de aulas remotas da UFC

Entidade sustenta que levantamento da universidade sobre estudantes que não têm acesso à internet são divergentes a pesquisas feitas pelas unidades acadêmicas
14:31 | Jun. 06, 2020
Autor Ismia Kariny
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Ismia Kariny Estagiária O POVO online
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Tipo Notícia

O Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará (Adufc Sindicato) publicou na última sexta-feira, 5, manifesto em reação à proposta de retomada das aulas divulgada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). No documento, o Sindicato denuncia que, desde o início da pandemia, as ações da Instituição têm gerado insegurança sobre o trabalho do corpo docente. O Adufc pontua também que as discussões para elaboração das diretrizes da Proposta Pedagógica de Emergência foram encerradas de forma precoce, levando em consideração a "realidade paralela" de uma pesquisa da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae).

Conforme levantamento da Prae, apenas 1% dos estudantes da Universidade Federal do Ceará não têm acesso à internet. Dessa forma, segundo o reitor Cândido Albuquerque, a retomada das aulas por meios remotos seria viável e a Instituição se disponibilizaria a prover os recursos tecnológicos para os demais estudantes. Entretanto, de acordo com a Adufc, os dados apontados pela Prae divergem das pesquisas feitas pelas unidades acadêmicas e o próprio Diretório Central dos Estudantes da UFC, que estimou o número em 33,6%.

Também no manifesto, o Sindicato relembra matéria publicada pelo O POVO, onde o reitor Cândido Albuquerque comenta os dados que foram utilizados para dar base a Proposta Pedagógica de Emergência. "O interventor diz ter tido ‘altíssima’ participação discente com uma porcentagem, acreditem, de 30%", ironiza o Adufc. Para o sindicato, o PPE apresentado no último dia 3 é um retrato do "voluntarismo" e "improviso" aos quais os docentes da Universidade estão submetidos nesse período de pandemia.

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"O objetivo maior da reitoria tem sido, em toda a gestão da crise, forjar uma normalidade inexistente e maquiar problemas e dificuldades, para não se comprometer com soluções reais e satisfatórias", denuncia o manifesto. Outro ponto desconsiderado pela proposta, segundo o Sindicato, envolve as especificidades de cada unidade acadêmica, tendo em vista, por exemplo, que algumas necessitam principalmente de aulas práticas. Leia o manifesto na íntegra.

Além disso, ao argumentar que a adoção das aulas remotas pode possibilitar a conclusão do curso para muitos estudantes, o Sindicato frisa que a PPE não revela soluções para a obrigatoriedade dos estágios supervisionados. "Essas diversas situações criarão muitas possibilidades de calendário em uma proposta que se diz flexível para disfarçar a falta de conhecimento e planejamento das várias realidades na UFC”.

O POVO entrou em contato com a Universidade Federal do Ceará em relação às denúncias destacadas pelo Sindicato de que as diretrizes propostas pela PPE desconsidera as condições de estudantes e professores da Instituição e aguarda posicionamento da instituição.

 

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